O microempresário Sidival Cremonin fará o lançamento oficial de seu livro “O Eremita do Araguaia” no próximo dia 20, no Shopping Center Fernandópolis, das 18h às 21h.
Com o romance na cabeça há mais de dez anos, levou apenas três meses para escrevê-lo, mas três anos para publicá-lo pela All Print Editora. Sidival conta que precisou empenhar um ano inteiro de sua aposentadoria para a impressão de 1100 livros da primeira edição.
Já à venda nos sites da Saraiva, Siciliano, Martins Fontes e da própria All Print, pelo valor de R$ 20, parte da renda será revertida a duas entidades: o Hospital do Câncer de Barretos e a CAIE – Comunidade Assistencial Irmãos de Emaús de Votuporanga. “Mais de 50% vão para as entidades e o restante será para cobrir os gastos que tive com edição. O Hospital do Câncer pode ter caminhões despejando dinheiro para ele, mas nunca serão suficientes para suprir as suas necessidades”, explica o escritor.
Já o motivo de se destinar a verba para a CAIE, que é uma casa abrigo para andarilhos, é diferente. Após escrever o livro que conta a história de um andarilho, onde Cremonin confessa misturar realidade com ficção, resolveu experimentar o que é ser, de fato, um viandante.
Há dois anos, em plena Quinta-Feira Santa, com a barba comprida e roupas simples, foi caminhando à vizinha Votuporanga, das 6h às 17h30, e bateu na porta da casa abrigo. Segundo Sidival, a primeira pessoa que encontrou foi um andarilho, a segunda, um funcionário, apenas conhecido por “Carioca”, que o recebeu com a seguinte frase: “Bem-vindo, peregrino!” – “ Ele me abraçou. Foi fantástico! Eu estava sujo, depois de tantas horas de caminhada, ele nem sequer me conhecia e, mesmo assim, me recebeu com tanto afeto”, contou o escritor.
Só após fazer o cadastro que contou que estava fazendo uma experiência depois de ter escrito um livro e que só ocuparia uma vaga na casa se não estivesse a tirando de ninguém. Por ser véspera de feriado, havia vagas sobrando e pode ficar.
Vivendo uma realidade inédita, Cremonin colocou uma estrela dourada nessa data tão especial. “Eu tive muito medo porque não sabia o que iria encontrar. Mas o que vi foi uma casa com muito asseio, tudo muito limpo. Recebi sandálias novas, toalhas limpas e embaladas para o meu banho. Um gesto que eu jamais esquecerei, por isso, decidi destinar parte da renda do livro para lá”, conta emocionado.