Expresso Itamarati sofre críticas sobre serviços prestados em Fernandópolis

20 de Agosto de 2025

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Expresso Itamarati sofre críticas sobre serviços prestados em Fernandópolis

Na sexta-feira, dia 22, a jornalista Daniela Ortolan, da equipe do CIDADÃO, teve problemas ao tentar embarcar em um ônibus da Expresso Itamarati, com destino à Araraquara, na rodoviária de Fernandópolis. Com passagens de ida e volta reservadas pelo site, por meio do cartão fidelidade oferecido pela empresa, e compradas na terça-feira, dia 19, a jornalista relata que não embarcou porque, em seu bilhete, constava plataforma 7 e o ônibus parou na de número 5. Mesmo questionando o funcionário do guichê da empresa, ela diz que não foi informada de que o veículo ocuparia outra plataforma.

“A única linha que para no terminal rodoviário de Araraquara tem horário de saída para as 23h15, mas geralmente atrasa cerca de meia hora. Perguntei duas vezes ao atendente da Itamarati qual seria o ônibus que me levaria à Araraquara e ele me respondeu que não havia chegado ainda. Se o funcionário diz, a gente confia”, conta.

Segundo Ortolan, ela só notou que havia algo de errado quando havia poucos passageiros esperando na rodoviária. “Quando fui tirar satisfação com o funcionário, ele me disse que não é obrigado a ‘ficar pajeando passageiros pelo terminal’. Acontece que eu o procurei, o questionei e ele fez pouco caso. Independente de qualquer coisa, se na passagem está marcada determinada plataforma, é nela que o ônibus deve parar”, explica.

A passagem foi trocada por outra, para o dia seguinte, às 7h50, com parada no trevo de Araraquara. Daniela telefonou para o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) e informou o ocorrido. Também enviou um e-mail para a empresa pedindo esclarecimentos sobre as políticas de melhoramentos para o serviço prestado em Fernandópolis, todavia, ainda não obteve resposta. Para consulta, o protocolo de atendimento é o 23032013005132, do dia 23 de março, à 1h da madrugada.

“Nós, fernandopolenses, não temos opção, pois a Itamarati é a única operadora que tem linhas em boa parte do estado. Se não há concorrência, acham que devemos nos submeter aos desserviços prestados e pagar caro por eles”, desabafa.

 

Nas redes sociais

A jornalista também publicou a reclamação em sua página no Facebook, onde outras pessoas relataram problemas com a empresa. A jornalista votuporanguense, Bruna Rolla, conta que tentou comprar uma passagem em Fernandópolis, com destino à Votuporanga no dia 19 de fevereiro deste ano, mas só conseguiu quando o motorista interviu.

Segundo Bruna, o atendente, que ela identifica por Abner, não quis lhe vender o bilhete porque já havia desligado o computador, mesmo faltando 35 minutos para a saída do ônibus. Ela foi orientada a comprar a passagem diretamente com o motorista que, por sua vez, não tinha a guia para preenchimento e nem dinheiro para dar como troco pelo pagamento da passagem.

O professor fernandopolense, Isaac Ruy, morador de São José do Rio Preto, dependeu por muitos anos do transporte coletivo para visitar a família. “Já tive que viajar de pé porque venderam passagens pelo caminho e, quando chegou no terminal, não cabiam todos os passageiros. No meu lugar estava uma senhora, que permiti que permanecesse sentada, mas é um absurdo! Fora o tratamento que recebemos de alguns motoristas e funcionários. Parece que estão fazendo um favor”, conta.

Já o estudante de Direito, Augusto Martins, ironiza a situação. "Se eu contar as coisas que já aconteceram comigo, é bem provável que o presidente da empresa vem aqui em casa e me dê um abraço por piedade”, brinca.

 

Valor das passagens

Outra questão levantada por Daniela Ortolan é acerca do preço das passagens. Quando morou em Iturama – MG, usava o serviço da Itamarati para visitar o namorado que estuda em Araraquara. Havendo apenas um ônibus com destino à São Paulo, com parada em Fernandópolis, Votuporanga, Rio Preto e Campinas, mesmo desembarcando no posto da polícia rodoviária de Araraquara, ela relata que tinha de pagar por uma passagem até Campinas. “Telefonei e falei diretamente no guichê de Iturama, mas não resolveram o problema. É totalmente inconstitucional esta cobrança”.

Após reclamar na rede social Twitter, a Itamarati reajustou o valor da passagem. Entretanto, a fez refletir sobre o valor cobrado em Fernandópolis. Com uma diferença de 80 km (distância entre Iturama e Fernandópolis), o valor cobrado pelo trajeto Iturama – Campinas é de R$ 92,71, enquanto de Fernandópolis à Campinas é cobrado R$ 97,80.

Segundo a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres -, para se chegar ao valor da passagem, por passageiro, deve-se multiplicar a distância da linha pelo valor constante na tabela, levando-se em consideração o tipo de pavimento (pavimentado, implantado ou leito natural) e o tipo de serviço (convencional, executivo, semi-leito ou leito). Após esse cálculo devem ser adicionados: a tarifa de embarque específica do terminal, o ICMS estadual incidente sobre a tarifa e o rateio do pedágio, quando houver, por passageiro. No caso, ambos os serviços são iguais, chamados por “convencionais” pela Expresso Itamarati.

“Mesmo saindo de Minas Gerais, o maior percurso é realizado dentro do Estado de São Paulo, devendo haver um valor comum e justo para os clientes de ambos os estados. Posso comprar a passagem pela internet de Iturama a Campinas, por exemplo, pagando mais barato e embarcar em Fernandópolis”, explica.