Transporte escolar coloca crianças em risco

20 de Agosto de 2025

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Transporte escolar coloca crianças em risco

Após o CIDADÃONET divulgar uma reportagem na segunda-feira, 4, de que alunos haviam sido esquecidos no Jardim Ipanema por um ônibus escolar, que supostamente teria quebrado, algumas denúncias chegaram à redação sobre o risco que crianças correm em ônibus terceirizados no transporte até à escola. 

Parte do transporte escolar é terceirizado por meio de licitação realizada na administração Vilar. Uma das empresas ganhadoras, segundo informações extraoficiais, é a que mantém a maioria dos ônibus sucateados. O contrato termina ainda neste mês e um novo processo licitatório já está sendo organizado.

 A equipe do CIDADÃO recebeu denúncias sobre a qualidade do serviço prestado que, segundo os denunciantes, é precária. Estas pessoas não querem seus nomes divulgados por medo de represálias.

 

Segundo informações, são cerca de dez ônibus que trabalham no transporte escolar de Fernandópolis, todos sucateados e com sérios problemas mecânicos. Houve relatos de que as crianças não puderam abrir as janelas por causa da fumaça produzida pelo próprio ônibus, além de passarem por até quatro meses rodando sem retrovisores. Outra denúncia é de que um dos ônibus já circulou por seis meses sem freio e outro não tem seta. Quando o motorista precisa virar, ele liga o pisca-alerta. A maioria dos ônibus não tem cinto de segurança. 

Outro fator preocupante é a superlotação. Segundo informações, um único ônibus chegou a fazer duas linhas para economizar combustível, colocando até 120 crianças em um veículo com capacidade máxima para 42 pessoas e com as entradas de ar superiores emperradas. Há relatos de que crianças passaram mal devido ao calor. O fato, segundo uma das fontes, ocorreu várias vezes, além de motoristas deixarem crianças para trás. 

Em 23 de outubro do ano passado, um dos ônibus que levava alunos para a escola Afonso Cáfaro, pegou fogo em frente à escola. Na época, o motorista contou que a 50 metros da escola, o ônibus perdeu a embreagem e, enquanto aguardava o embarque dos alunos, abriu o capô para verificar o que estava acontecendo, quando percebeu o fogo. Só deu tempo de retirar todos os alunos e logo o ônibus estava tomado pelas chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado, o fogo controlado, mas o veículo ficou totalmente destruído. 

Nesta segunda-feira, dia 4, o ônibus que deixou de buscar as crianças do Jardim Ipanema, segundo informações, já vinha com problemas desde 2012. Sem freio, o motorista controlava as paradas com o câmbio que, por fim, entortou. O motivo da ausência do ônibus é que uma roda teria “escapado” enquanto ia buscar os estudantes.

 Ainda segundo as fontes, de todas as empresas de transporte escolar terceirizada, apenas uma apresenta frota sucateada e provoca superlotação, realizando duas linhas com apenas um ônibus. A preocupação é de que a empresa torne a participar de licitação sem ao menos uma fiscalização mais rigorosa por parte da prefeitura.