Nosso museu está de muletas

20 de Agosto de 2025

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Nosso museu está de muletas

73 anos de história escorados em duas vigas de madeira. É assim que se encontra o Museu Histórico de Fernandópolis instalado na casa do fundador do bairro Brasilândia, Carlos Barozzi.

 A calçada frente à casa da família Barrozzi, tombada como patrimônio histórico do município, teve de ser isolada por conta do risco eminente de desmoronamento. De acordo com os próprios funcionários do museu, os problemas estruturais foram percebidos no segundo semestre de 2012.

A fachada está ruída. As rachaduras nas paredes assustam quem passa pelas ruas do bairro. “A gente fica preocupado. Ainda bem que eles cercaram ai (isolaram), já pensou se isso cai na cabeça de um aqui? Eles tinham que arrumar nosso museu era muito bom quando chegava visita em nossa casa e tínhamos pelo menos ele para trazê-los”, Maria de Fátima, moradora do bairro.

De acordo com o secretário de Cultura de Fernandópolis Vicente de Paulo Renesto, as medidas relativas à reforma se encontram em planejamento desde o dia 2 de janeiro – primeiro dia útil do ano – e devem ser executadas ainda em fevereiro.

“Logo no dia 2 tomamos todas as medidas emergenciais e com a finalidade de manter a segurança dos visitantes e funcionários pedimos ao departamento de obras a interdição e comunicamos ao curador do patrimônio histórico Denis Henrique Silva os procedimentos que serão usados na recuperação e revitalização do prédio”, disse o secretário.

Por conta da atual situação do museu, algumas das peças expostas tiveram de ser transferidas para um anexo do museu que fica ao lado da casa onde antes era a UBS do bairro. Apenas as salas em risco foram interditadas, as demais continuam abertas a visitação.

HISTÓRIA DO MUSEU

Atualmente, Museu Histórico de Fernandópolis mantém um acervo com objetos que pertenceram a antigos moradores e que representam a cultura local e regional.

O núcleo inicial do acervo foi constituído através da doação da família Barozzi e pela transferência do acervo de vários museus escolares. Além disso, outras famílias doaram outros objetos, que representam a história e o cotidiano da cidade.

O local abriga telefones da década de 40, os primeiros computadores de Fernandópolis que surgiram na década de 80, doados pelo Escritório Brasil. Os teclados são fixados nos monitores e as CPUs possuem cerca de um metro de altura. Há também as mobílias da sala do primeiro prefeito eleito, Libero de Almeida Silvares e um armário com louças da família Barozzi. O próprio prédio faz parte da história da cidade. 

O museu foi instituído no dia 10 de novembro de 1982 pelo então prefeito Milton Edgar Leão, data da fundação do bairro de Brasilândia. A casa que abriga a história fernandopolense foi construída no final da década de 1930.