O professor Oedem Paulo de Almeida Junior é formado em Farmácia-bioquímica pela Fundação Educacional de Fernandópolis, mestre em biotecnologia pelo Instituto de Química da UNESP - Araraquara e foi coordenador do curso de Farmácia da Unijales. Atualmente é doutorando no Laboratório de Biologia Celular e Molecular de Microrganismos também da Unesp - Araraquara, mas antes de tudo isso, ele também foi universitário e traz aqui, uma lista dos dez principais erros que os estudantes universitários cometem no decorrer do curso.
1. Encarar o curso superior (principalmente os primeiros anos) da mesma forma que encarava o ensino médio e fundamental, ou seja, como uma obrigação.
2. Não enxergar o curso de uma forma geral. Uma boa parcela dos ingressantes universitários sempre sonha com a profissão escolhida e, quando entram no curso, desanimam com algumas disciplinas aleatórias por serem, muitas vezes, difíceis, estressantes ou não conseguirem criar relação com o curso. Já vi colegas desistirem do curso por não conseguir passar em química orgânica ou físico-química, sendo que um mau aproveitamento de tais disciplinas não representará fracasso profissional.
3. Se preocupar somente com as notas. A maioria dos estudantes universitários estuda focada nas avaliações e isso não reflete necessariamente um bom aproveitamento do curso. Muitas vezes, alunos que tiram somente notas medíocres tornam-se profissionais muito mais aptos, pois buscam, durante o curso, a compreensão da profissão para a qual estão se formando, criam "network", se engajam em projetos de extensão, etc...
4. Perceber que o curso ou a profissão não lhe agrada e continuar cursando. Uma vez formado, o indivíduo nesta situação irá procurar subsistência em áreas alheias, ou ainda, passará boa parte dos anos seguintes buscando alternativas para seguir na área de formação. É preciso entender que, se nada está lhe agradando durante o curso, há uma grande chance de isso perdurar no exercício profissional. É melhor perder um ou dois anos de curso do que formar-se e ter um diploma empoeirado na gaveta.
5. Abdicar da vida pessoal em função dos estudos. Ser responsável e cumprir com as obrigações impostas pelo curso são importantes, mas se ausentar de qualquer lazer e contato social para estudar só trará frustração, estresse e arrependimento futuro. É um período onde as relações de amizade e contatos são muito importantes, até mesmo para o futuro profissional.
6. A situação oposta ao abordado no item anterior é ainda pior. É muito comuns universitários que frequentam aulas somente pela presença e não aproveitam em nada a experiência que pode ser transmitida pelos professores e supervisores. Atualmente, com o acesso a informação tão fácil, estudantes não precisam nem recorrer a biblioteca ou ao conteúdo dado em aula para tirar notas nas provas, basta ler resumos na véspera da avaliação e pronto. Nos demais dias e noites, estudar para quê? Festa é bem melhor!
7. Se isolar nas tarefas acadêmicas. Muitos estudantes não aproveitam o período de estudos para aprender a trabalhar em equipe. Esta é uma qualidade fundamental exigida de um profissional a qual deve ser desenvolvida nos anos de graduação, desde simples trabalhos até atividades de extensão e estágios supervisionados.
8. Não focar na futura área de atuação durante o período de graduação. Os cursos universitários das diferentes áreas do conhecimento são multidisciplinares e oferecem um leque razoável de áreas de atuação, às vezes, bem distintas. Muitos estudantes não se preocupam com isso durante os anos de graduação, o que atrasa o amadurecimento profissional, levando o egresso a buscar os conhecimentos necessários em cursos de especialização antes de entrar no mercado de trabalho.
9. Não se preocupar com o currículo durante a graduação. A principal ferramenta que o recém-egresso tem para entrar no mercado de trabalho é o currículo construído durante a graduação. Muitos não aproveitam as oportunidades oferecidas pela própria universidade para melhorar o currículo, não participando de atividades de extensão, simpósios, congressos, não se envolvendo em projetos de pesquisa, não buscando aprender um segundo ou terceiro idioma. Tais atributos mostram o engajamento e dinamismo do profissional e é um grande atrativo nos processos seletivos de boas empresas e/ou pós-graduação strictu sensu.
10. Criar desafetos com colegas e professores. Isto é algo que julgo bastante prejudicial, pois muitas oportunidades futuras são oriundas das boas relações construídas durante a graduação. Deve-se lembrar de que seus colegas de hoje poderão se destacar em áreas atraentes e que bons contatos são tão importantes quanto a competência, desde que, elas coexistam.
Bônus:
11. Manter "relacionamento sério" durante a graduação.
12. Estar namorando na formatura. Pense no seu álbum de formatura.