Em nota a imprensa, a prefeitura de Fernandópolis, por meio do secretário de Cultura de Vicente Renesto, de comum acordo com a prefeita Ana Bim e os titulares das demais pastas da administração, informou que não haverá Carnaval Popular este ano.
Segundo a prefeitura, principal fator que pesou na decisão colegiada foi a grande dívida – mais de R$ 31,5 milhões – “herdada” da administração passada. “Decidimos que não poderíamos gastar dinheiro com carnaval nesse momento em que faltam medicamentos na rede de saúde; em que os salários, inclusive do Cisarf, se encontram atrasados; e em que vários fornecedores cortaram o crédito do município”, justificou o secretário.
Para Renesto, a decisão segue o mesmo raciocínio adotado pelo município de Petrópolis (RJ), onde a verba destinada ao carnaval será usada em melhorias na área da Saúde.
“Em Petrópolis, o prefeito Rubens Bomtempo decidiu não gastar com o carnaval em 2013, e a decisão foi aplaudida nas redes sociais”, disse Renesto. “Há momentos na vida em que é preciso usar o chamado remédio amargo”, complementou.
A prefeita Ana Bim apoiou a decisão do secretário entendendo que no momento existem circunstâncias urgentes a serem resolvidas. “Diante da situação de calamidade das finanças de Fernandópolis só posso apoiar esta decisão. Se não temos dinheiro para pagar todos os funcionários como gostaríamos, não podemos pensar em festa”, argumentou a prefeita.
O secretário ainda ressaltou que em sua opinião é uma questão de prioridade e lembrou que em 1942, a Copa do Mundo de Futebol não foi realizada porque a Europa vivia a 2ª Guerra Mundial e em 1946, embora a guerra já tivesse terminado, a Europa estava destruída e a opção foi não realizar o maior evento esportivo do planeta para concentrar esforços na reconstrução do continente.
Vicente garantiu que foi difícil tomar a decisão, mas acredita que a escolha foi correta. “É preciso tomar medidas concretas para sanear as finanças da prefeitura. Discursos não resolvem. Como poderemos dar o circo, se não temos condições de pagar o pão?”, indagou.