Expedicionários Brasileiros: o cartão de visita de Fernandópolis

20 de Agosto de 2025

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Expedicionários Brasileiros: o cartão de visita de Fernandópolis

Dizem que a primeira impressão é a que fica. Nesse aspecto Fernandópolis está muito bem representada, com a Avenida dos Expedicionários Brasileiros, um cartão de visita da cidade que não para de se desenvolver. Durante o dia, ela é um dos principais centros de serviços da cidade, e à noite se torna o ponto de referência gastronômico da região.

 É indiscutível o desenvolvimento dessa avenida – uma das principais vias de entrada e saída da cidade - nos últimos anos. E, para fazer um raio-x desse desenvolvimento, o CIDADÃO percorreu os 2,9 quilômetros de extensão da “avenida progresso” de Fernandópolis.

Ao todo, ali existem 186 pontos comerciais, entre prestadores de serviços, restaurantes e comércio variado, além dos consultórios médicos. O setor predominante é o de automóveis, tanto em reparos e manutenção quanto na área de vendas.

Ao longo de sua extensão, a avenida comporta cinco concessionárias, dez garagens de veículos semi-novos e 20 prestadoras de serviços que vão desde a venda de peças e assessórios automotivos ao alinhamento e balanceamento completo de automóveis.

 Outro setor forte na avenida, mas que também está ligado ao ramo automobilístico, é o de postos de combustíveis. São cinco ao todo, divididos em pontos estratégicos da via pública.

 A avenida abriga também duas das maiores academias da cidade. Ambas modificaram o visual com fachadas grandiosas e chamativas e o movimento nas proximidades dos locais onde se instalaram praticamente dobrou nos últimos anos.

  A saúde também impera na Expedicionários. Além do Hospital das Clínicas, um dos maiores hospitais particulares da região, a avenida abriga outras oito clínicas e consultórios odontológicos.

 Só para que o leitor que não conhece Fernandópolis tenha uma ideia de sua importância: na última eleição, dois dos três candidatos a prefeito (a vencedora e o segundo colocado) instalaram seus comitês eleitorais na Avenida dos Expedicionários Brasileiros. 

 Já a vida noturna se mostra ainda mais agitada. De segunda a segunda, é possível encontrar lugares agradáveis para passar boas horas ao lado da família e amigos. 

 Dizer que à noite a Expedicionários Brasileiros se transforma em ponto de referência gastronômico da região não é exagero. Nos 2,9 quilômetros da principal via do município, é possível encontrar os mais variados pratos para os diferentes gostos e paladares.

 Das tradicionais e saborosas massas às requintadas e apetitosas iguarias japonesas, dos espetinhos de carne com os mais variados acompanhamentos aos tradicionais petiscos de “boteco” acompanhados de um ambiente agradável, gente bonita e música ao vivo.

“Se quisermos, não precisamos repetir nunca o mesmo prato (risos). Isso sem falar no clima, que é muito gostoso: gente legal, música ao vivo. Na minha opinião, nesse aspecto não ficamos atrás em nada das grandes cidades, com a vantagem de que não temos que pegar horas de trânsito para chegarmos até aqui (mais risos)”, disse a secretária Débora Lisboa, que curtia com amigas um barzinho recém-inaugurado na avenida.

 Ao todo, há 18 estabelecimentos já edificados, dois em fase final de construção e prestes a serem inaugurados, mais duas barracas de lanche e uma de cocada. Além das conveniências nos postos de combustíveis.  Tudo isso são atrativos para centenas de fernandopolenses e outras dezenas de pessoas da região que lotam a avenida e giram a economia.

 “Todos os finais de semana estamos aqui (na rua em frente a um posto de combustível). É possível encontrar de tudo sem ter que sair da avenida. Se der fome, só temos que atravessar a rua e comprar um lanche, se der vontade de beber alguma coisa do outro lado da rua, tem uma loja de conveniência com todo tipo de bebida. Acho que é por isso que a avenida está sempre lotada”, disse o estudante Wellington Telles.

HISTÓRIA

A Força Expedicionária Brasileira, conhecida pela sigla FEB, foi a força militar brasileira de 25.334 homens que lutou ao lado dos Aliados na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.

Constituída inicialmente por uma divisão de infantaria, acabou por abranger todas as forças militares brasileiras que participaram do conflito. Adotou como lema "A cobra está fumando", em alusão ao que se dizia à época que era "mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”.

 A importância da participação dos “pracinhas” brasileiros nas operações militares em território italiano – especialmente na tomada de Monte Castelo – rendeu aos soldados a aura de heróis.

 Entre as muitas homenagens prestadas ao final do conflito, a principal artéria da cidade de Fernandópolis receberia, há mais de meio século, o nome de “Avenida dos Expedicionários Brasileiros”.

 Essa avenida, até hoje, é a mais movimentada da cidade: afinal, é através dela que chega o fluxo de visitantes que aportam a Fernandópolis pela Rodovia Euclides da Cunha ou de cidades como Macedônia e Mira Estrela, via Rodovia Antônio Faria.

 É, também, a ligação com o Shopping Center, o clube Casa de Portugal e a Avenida Augusto Cavalin, que demanda ao Parque de Exposições. Houve pelo menos duas tentativas de mudar o nome da avenida, sem sucesso. Até que, no mandato do ex-prefeito Armando Farinazzo (1997-2000), a Câmara aprovou um projeto de Lei que proíbe a mudança de nomes de logradouros públicos em Fernandópolis.  

 Ali há anos funcionam empresas importantes para a economia do município, como a pioneira Verdiesel, ou empresas que já não existem, como o “Cobrinha” e o lendário Frigorífico Vale do Rio Grande, cuja pujança econômico-financeira era tão grande que elevou a arrecadação tributária de Fernandópolis a patamares muito mais elevados do que os das cidades vizinhas. Isso, infelizmente, foi em outros tempos.  

 Centro financeiro da cidade e “passarela” da paquera quando o sol se vai, a Avenida Expedicionários tem sempre um alarido que, principalmente no horário noturno, incomoda alguns vizinhos.

 Há quem critique os carros de jovens com equipamentos de som no último volume e o incessante vai-e-vem da paquera. Assim, há quem só consiga dormir quando o galo já deu o primeiro canto – especialmente nas sextas e sábados.

 Mas a grande balbúrdia se instala mesmo é quando a seleção brasileira ou algum time paulista é campeão – afinal, a Expedicionários é também o point das comemorações de títulos pelos torcedores. “Temo que o Corinthians seja campeão no Japão e até torço contra, porque se isso acontecer o barulho só vai parar no Natal”, disse um morador das redondezas que, espertamente, evitou declinar seu nome e até o clube do coração.

 Como se vê, a Avenida dos Expedicionários Brasileiros é a versão fernandopolense da Avenida Paulista, em SP. Ou da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.