SEU MILTON
Apesar de todas as dificuldades, o sonho de seu Milton nada mais era do que proporcionar a seus filhos de coração, uma educação de qualidade. A história dessa família começou quando Milton se casou com Andréia, que já era mãe de Douglas Henrique, 15, Maria Eduarda, 12, e Bruno Augusto, 9.
Em 2005, Andréia teve que passar por uma cirurgia para retirada do útero, por conta de um nódulo ainda em fase inicial. Quatro anos depois, ela acabou morrendo.
A família de Andréia, segundo Milton, não quis ficar com as crianças e para não deixar que elas fossem encaminhadas a algum orfanato, ele decidiu lutar pela guarda dos meninos, obtendo na Justiça a tutela dos dois mais novos. Douglas também ficou com o “pai postiço” e desde então, Milton começou a cuidar deles como se fossem seus próprios filhos.
Hoje, Milton sofre com problemas cardíacos e diabetes, problemas que o obrigaram a se afastar do trabalho. Agora, a família vive com o dinheiro que ele recebe como pensionista do INSS, mas o pouco que ganha paga apertado as contas de casa.
Os gastos com remédios – tanto para ele como para Bruno, que também tem problemas de saúde – passam de R$ 350 mensais. Eles ainda pagam aluguel.
A REALIZAÇÃO
Sensibilizada com a história da família, a professora Eliana Jacob de Almeida ofereceu aos três filhos de seu Milton bolsas integrais em seu curso “Em bom português”, um dos mais procurados da região, cujo objetivo é melhorar a expressão escrita e verbal de alunos dos mais diversos matizes, como advogados, médicos ou estudantes.
“Fico feliz de poder ajudar, já que se trata de uma causa tão nobre”, disse Eliana.
DONA LOURDES
O sonho de dona Lourdes também será realizado. Dizem que avó é mãe duas vezes. A dona Lourdes é um exemplo claro dessa realidade. Sua filha Luciana morreu há dois anos com um tumor na cabeça. Ela tinha cinco filhos: Diego, 10, Deivid, 9, Robison, 7, Vitor Hugo, 5, e Gustavo de apenas 2 anos.
Com sua morte, os irmãos ficaram desamparadas e dona Lourdes os adotou, se tornando a mãe-avó das cinco crianças. Em uma casa simples de cinco cômodos, erguida com o suor de dona Lourdes e seu esposo, moram os sete membros da família. Os mais velhos dormem num pequeno quarto. O mais novo dorme na cama do casal em um cômodo separado.
Apesar de batalhadores, as sete bocas para alimentar pesam no orçamento e não sobra dinheiro para praticamente mais nada. O sonho de dona Lourdes era fechar uma pequena varanda que fica na frente de sua casa para aumentar um cômodo que viraria outro quarto para as crianças – assim, elas teriam mais conforto.
A REALIZAÇÃO
Quando tomaram conhecimento da história de dona Lourdes, os empresários Fabrício Falquette e Benedito Pivarro, proprietários da Construtora Faben, decidiram se mobilizar para realizar o sonho da mãe-avó. Junto a alguns amigos, eles irão doar o material e a mão-de-obra necessária para dar o conforto às crianças que já sofreram tanto em tão pouco tempo.
“Queríamos que eles passassem a noite de Natal já no quarto novo, mas a empresa entra em recesso essa semana. Com a ajuda de alguns amigos vamos poder realizar o sonho dessa senhora corajosa e batalhadora que é a dona Lourdes”, disse o empresário Fabrício Falquette.
DONA ELIA
Há dois anos dona Elia sofreu um derrame e desde então não consegue se locomover e nem se comunicar. O único que a entende é o seu Olavo, seu marido que cuida dela da melhor forma possível até hoje. Apesar das dificuldades, seu Olavo e dona Elia não tiram o sorriso dos rostos e o olhar apaixonado de um pelo outro marca qualquer um que os visite.
Seu Olavo faz de tudo para dona Elia - inclusive banho, numa cadeira de varanda que eles improvisaram com rodinhas de rolimã. O problema é que como ela não consegue se locomover, os dois ficam praticamente presos à casa simples em que moram.
Por isso, o sonho do casal era ganhar uma cadeira de rodas, para que os dois possam sair juntos de casa quando necessário.
A REALIZAÇÃO
Um parceiro de CIDADÃO, que preferiu permanecer no anonimato, realizará o sonho do casal. Como a cadeira de dona Elia precisa ser especial, por conta de seu peso, esse parceiro precisou encomendá-la. No inicio de janeiro a entrega do sonho deverá ser realizada.
JOYCE VALENTIM
A família de Joyce passou por momentos muito difíceis no ano passado. Segundo Joyce, para poder trabalhar, ela contratou uma babá para cuidar de seus dois filhos, os gêmeos Vitor e Vitória, de 5 anos.
Sem saber, enquanto ela trabalhava, essa babá maltratava seus filhos, os deixava sem comida e em situação precária durante o dia inteiro. Pouco antes da volta de Joyce, a babá dava banho e alimentava as crianças, o que fazia a mãe pensar que tudo transcorria normalmente.
Certo dia, Joyce recebeu a informação de que seus filhos estavam sendo levados pelo Conselho Tutelar a um abrigo, por estarem em condições desumanas com a mulher que cuidava deles. Deu-se então o início a uma batalha judicial para a recuperação das crianças.
O dia mais triste de sua vida, segundo ela, foi o último Natal - o primeiro que ela teve de passar longe de seus filhos. Hoje, Joyce diz que reencontrou forças para lutar, pois em agosto conseguiu recuperá-los.
Numa casa simples, mas bem organizada, ela oferece às crianças tudo o que está ao seu alcance. Joyce disse que, se alguém lhe perguntasse no ano passado qual era o seu “Sonho de Natal”, com certeza ela responderia: “ter meus filhos ao meu lado”.
Como esse sonho já se realizou, ela quer realizar o de seus filhos, que é o de ter um videogame em casa.
A REALIZAÇÃO
Para realizar o sonho dos filhos de Joyce, um leitor do CIDADÃO trouxe à redação um videogame usado, mas em bom estado para que seja entregue aos gêmeos. Ele também preferiu ficar no anonimato.
SANDRA DOS SANTOS
O único sonho ainda sem padrinho é o de Sandra dos Santos. Mãe de seis filhos: Gabriel, 15, Estéfani, 13, Gustavo, 11, Guilherme, 8, João Pedro, 3, e Mariane de 2, Sandra e seu marido Alexandre moravam em São Paulo, mas passavam momentos difíceis tanto financeiramente quanto psicologicamente por conta da violência.
Foi nessa fase difícil que Alexandre recebeu uma boa proposta de emprego em Fernandópolis e decidiu se mudar para o interior em busca de paz e de uma vida melhor para o casal e seus filhos.
Quando chegou à cidade, a proposta de emprego “irrecusável” foi modificada e a família teve de aprender a viver com bem menos do que havia sido combinado anteriormente. Segundo Sandra, quando eles chegaram não conseguiram vaga em nenhuma creche e, por conta disso, ela não pode trabalhar para ajudar o marido já que está com duas crianças pequenas em casa.
Sendo assim, Alexandre tem que pagar aluguel e sustentar sua família, de oito pessoas, com o salário de pouco mais de R$ 1 mil. Sabendo do sacrifício de seu marido para manter a casa, o sonho de Sandra é poder fazer um curso ligado à estética para, assim que conseguir vagas numa creche, ela possa ter uma profissão, trabalhar e ajudar seu marido.
