70% dos fernandopolenses desaprovam restrição de gastos da população

20 de Agosto de 2025

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70% dos fernandopolenses desaprovam restrição de gastos da população
70% dos fernandopolenses entrevistados pelo CIDADÃO são contra o projeto de lei que tramita no Senado Federal e que prevê a restrição de gastos pessoais dos brasileiros. Se o projeto for aprovado, o cidadão será proibido de gastar mais do que 30% de sua renda em prestações, sejam compras parceladas ou financiamentos.

 O objetivo da medida é reduzir o número de brasileiros endividados. Eletrodomésticos mais baratos, financiamentos com juros mais baixos e carros com alíquota zero de IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados - todas essas medidas do governo levam o consumidor a gastar mais para impulsionar a economia. Mas, esse impulso tem se mostrado uma “faca de dois gumes”.

 Segundo pesquisa da CNC - Confederação Nacional do Comércio -, 59,8% das famílias brasileiras estão endividadas. O estudo foi feito com base em consumidores que declararam ter gastos a pagar no cheque pré-datado, no cartão de crédito, em carnê de loja, no empréstimo pessoal e em prestação de carro e seguro.

 O projeto tem como base um estudo realizado pelo INI - Instituto Nacional de Investidores, que aponta que a soma de todos os gastos com prestações não devem ultrapassar 30% da renda líquida, embora o ideal seja que fique abaixo de 20%. Segundo o estudo, acima de 30% o consumidor tem uma série de probabilidades de ter problemas financeiros.

 O projeto, antes mesmo de entrar em pauta já gera polêmica. O CIDADÃO foi às ruas para saber o que os fernandopolenses pensam sobre o assunto.

Julio Vital, eletricista. “Isso é ridículo. Agora eles vão querer controlar nosso dinheiro também? Não dão conta nem de cuidar do dinheiro público, vão querer cuidar do de cada um dos brasileiros?”.   

Pablo Souza, educador físico. “Agora eu vi tudo mesmo. Não vamos poder controlar nosso próprio dinheiro. Era só o que faltava esse governo fazer com a gente”.

Anny Beatriz, diarista. “Quem trabalha sou eu, quem tem que saber o que devo ou não fazer com meu dinheiro sou eu. Eles não têm outras coisas mais importantes para se preocuparem não?”.

Jorge Lobo, técnico de informática. “Acho uma boa ideia. Quem sabe assim o povo para de fazer contas que não dá conta de pagar”.

Maria Eugenia, cozinheira. “Eu trabalho o dia inteiro para poder comprar minhas coisinhas, e pobre só tem condição de comprar as coisas às prestações, como que eles querem fazer isso com a gente. Pelo amor de Deus, vocês que são do jornal e têm mais voz que a gente, não podem deixar isso acontecer”.

Sonia Maria, professora. “Eles (senadores), nunca irão aprovar uma lei como essa, eles sabem que quem movimenta a economia do país somos nós. A maioria das pessoas compra as coisas a prazo, se tirarem isso de nós o Brasil vai voltar à era pré-histórica”.

Tadeu Dias, corretor. “Quem é contra é porque nunca sofreu com alguém que não paga suas dívidas. Como ta tudo mais fácil, as pessoas compram sem pensar e depois deixam de pagar uma coisa para pagar outra e isso vira uma bola de neve. Sou totalmente a favor”.

Gabriela Yura, estudante. “Nada ver essa lei hein. Eles tinham que se preocupar é com o dinheiro da saúde, educação e deixar que do nosso nós mesmos cuidamos”. 

Alex Vieira, fotógrafo.  “É interessante isso. Tem muita gente que compra mais do que consegue pagar e depois quem sofre são os donos das lojas esperando os irresponsáveis pagarem o que devem”.

Eduardo Machado, estudante. “Se eles inventarem isso os brasileiros vão dar um jeitinho de burlar. Eu sou contra, mas se for aprovado nós damos um jeitinho”.