Prata diz que agora sai a inauguração do hospital

20 de Agosto de 2025

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Prata diz que agora sai a inauguração do hospital

Há alguns meses, o presidente da Fundação Pio XII, que administra o Hospital do Câncer de Barretos, recebeu em doação o hospital da AVCC de Fernandópolis e prometeu inaugurar, em 60 dias, o Centro de Diagnóstico, que desafogará os hospitais de Jales e Barretos. Porém, dois servicinhos – os únicos que competiam ao município de Fernandópolis – não foram realizados, e Prata bateu o pé: só inauguraria os serviços da unidade quando isso acontecesse. Coincidência ou não, às vésperas da eleição de amanhã o município “acordou” e fez os serviços. Na terça-feira, 2, Prata visitou de surpresa as obras e constatou que as galerias estavam prontas e o asfalto, em fase de acabamento. Ele não titubeou e prometeu que, até o final do mês, vai inaugurar o hospital de Fernandópolis. Na entrevista exclusiva, o homem forte da Pio XII falou de seus planos à coluna, inclusive da campanha social lançada recentemente.

CIDADÃO: Como é essa campanha que incluirá as emissoras de rádio de Fernandópolis?

PRATA: Essa campanha tem uma novidade até mesmo para nós de Barretos, porque nós fizemos um acordo com o hospital-irmão dos Estados Unidos. O protocolo que teremos que fazer lá é três vezes, talvez cinco vezes mais caro que o processo de se tratar da pediatria. Mudou muito. Para dar seriedade ao projeto, teremos que cumprir uma série de novas exigências nesse processo de tratamento de câncer infanto-juvenil. Haverá várias campanhas no curso do ano, porque não há dinheiro nem do Estado, nem da União, e nem só da sociedade que vai cumprir esse protocolo. Só para que você tenha uma ideia, o percentual de cura de câncer infanto-juvenil, no Brasil, principalmente a leucemia, que é a mais incidente, é 30% menor do que nos EUA. Seria como comparar o nível de qualidade dos nossos tratamentos com o do Paraguai. E esse projeto nasceu muito forte, porque nós conquistamos essa confiança e essa parceria com os norte-americanos. Eles apostaram que nós somos sérios, especialmente porque temos uma medicina chamada integrada, com médicos em dedicação exclusiva. Só que os nossos médicos têm dedicação exclusiva 12 horas por dia. Nesse projeto, os médicos assinarão termo para trabalhar nesse projeto de crianças 24 horas por dia. São eles que cuidarão das intercorrências, não vai existir isso de você ir embora para casa e deixar outro cuidando. As intercorrências serão cuidadas pela própria equipe multidisciplinar. É uma medicina muito mais de performance clínica e pesquisa, porque cada tumor é um tumor, com tratamento específico.

CIDADÃO: Trata-se, então, de uma grande mudança na maneira de focar a doença?

PRATA: Posso dizer que vem aí uma verdadeira revolução, e por isso temos que sensibilizar a sociedade, para que fique atenta e tenha orgulho por nós termos conquistado esse projeto. Existe um projeto na América Latina – o nosso – que goza de confiança internacional para ter essa parceria. Só que isso exige muito, exige o cumprimento de uma série de protocolos que a sociedade nem imagina. É um orgulho para todos nós que a Fundação Pio XII tenha tido crédito para participar desse projeto. Os americanos não confiam em nenhum serviço nos quais os médicos não tenham responsabilidade dentro do hospital em tempo integral. Veja: em qualquer serviço privado – seja no Sírio, seja no Einstein – os médicos atendem a sua clínica privada, às vezes atendem a dois serviços, e com esse projeto não existe isso. Nem com os nossos médicos, que trabalham das 7h às 19h, nós temos competência para cumprir as exigências dessa medicina chamada “medicina de comprometimento”. Esse embrião funcionando em Barretos beneficiará demais a qualidade do serviço, será questão de copiar o êxito de Barretos. Temos que conclamar a sociedade para participar. Teremos um 0500 para isso. Antes, era só a televisão. Agora, será como nos Estados Unidos, com a participação do rádio. O rádio tem mais força do que a TV nos EUA, por incrível que pareça. Um único programa de rádio das grandes emissoras norte-americanas arrecada para o hospital de lá uns US$ 40 milhões. Que esse exemplo sirva para nós, vamos copiar o que é bom.

CIDADÃO: E como será essa campanha?

PRATA: Há outros projetos que os americanos fazem, mas aqui no Brasil nós vamos unificar a campanha para cumprir uma tabela, já que eles exigem que nós busquemos recursos suficientes na sociedade e não fiquemos na dependência do governo. Depois, virão outras campanhas, para as quais vocês da imprensa serão convocados: afinal, entendo que é motivo de orgulho para vocês que Fernandópolis tenha uma medicina de alta tecnologia e performance em diagnóstico. Além do mais, breve nós viremos com projetos de ampliação do centro de diagnóstico, de cuidados paliativos. Dependerá do calor da sociedade, da sua resposta. Por exemplo: estamos com as mesas para vender do evento(N.R.: show com Bruno & Marrone dia 22 de novembro, às 20h, no Plaza Eventos de Fernandópolis, com buffet completo e sorteio de um carro zero km) que é específico do hospital. Trata-se de um show para arrecadar fundos e vamos trazer o que há de melhor em termos de artistas nesse jantar beneficente. São 300 mesas e parece que só foram vendidas 100. A imprensa precisa fomentar esses eventos para nos ajudar. Só assim poderemos ter alguma coisa de nível internacional em termos de medicina no Brasil. Mesmo nos países ricos, quem faz não é o governo: é a sociedade. Uma sociedade cristã como é a sociedade brasileira tem que ter a consciência de participar dessas formas de auxílio aos projetos. O câncer é uma doença que toda família tem consciência do que é, todos estão sujeitos a ela. E quando você que o setor público tem poucos investimentos, não adianta reclamar porque o governo não fez. Faça a sua parte e verá que as coisas mudam por nós mesmos, independentemente de governo.

CIDADÃO: O sr. poderia dar detalhes do funcionamento da campanha?

PRATA: Uma vez por ano, nós podemos obter a autorização para ficar 30 dias no ar beneficiando o 0500 pelo telefone. A campanha sempre foi feita pela TV. Agora não, será pela TV e rádio. Como lhe disse, nos EUA há pesquisas que provam que o rádio surte até mais efeito. Estamos copiando o modelo, será nossa primeira experiência. E o rádio permitirá uma visão mais clara da incidência de colaboração desta ou daquela região.

CIDADÃO: Já que estamos falando do noroeste paulista, como o sr. avalia o atual estágio das obras do hospital local? 

PRATA: Estão no ritmo normal.Tudo aqui foi financiado pelo Walter Faria, dono da Crystal, que é filho da terra. Esta obra tem a virtude de ter origem na vontade explícita de ajudar a gente. Aí está o centro de diagnóstico, que foi compromisso do Semeghini que garantiu com o governador a forma de ajudar a colocar os equipamentos que serão necessários para dar vida aos diagnósticos de colo de útero, próstata, pele e trato digestivo. Esse trabalho ajudará demais a ação do hospital de Jales, por que para lá só irão pessoas para fazer tratamento. Aqui serão feitos os diagnósticos. Foi por isso que você está vendo aqui as modificações do projeto, com um jardim bonito para as pessoas ficarem. Elas vão ter a sensação de que estão num hotel, não num hospital (risos). Elas terão um ambiente clean, alegre, moderno. Futuramente, queremos trazer para cá cuidados paliativos, mas não no lugar em que está esta construção (olha para um terreno vizinho, ao norte do hospital). Creio que teremos que buscar mais terreno para as obras futuras.

CIDADÃO: Procede a informação de que já chegaram mais de R$ 2,5 milhões em novos equipamentos?

PRATA: Só os equipamentos do governo do Estado. Agora, estão sendo feitos o asfalto e as galerias da nova entrada do hospital. Demorou, atrasou, mas o asfalto está saindo. Creio que no final deste mês poderemos iniciar os trabalhos, o hospital vai ganhar vida, vocês verão. Centro de diagnóstico é mais importante do que hospital, porque aqui poderemos oferecer a chance de tratamento na fase de cura. Isso me entusiasma: a possibilidade de oferecer algo que não está na cultura, na política do governo. E, como o governo federal vai pagar 80% da conta, não haverá interferência no orçamento do município.