Aluna do JAP é a única da região a ser “eleita” para o Parlamento Jovem

20 de Agosto de 2025

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Aluna do JAP é a única da região a ser “eleita” para o Parlamento Jovem

 Muito ainda se questiona sobre a qualidade do ensino público no Brasil. Mas, resultados positivos como o da jovem Mariane Rastelli, de 17 anos, aos poucos podem quebrar esse paradigma instaurado pelo preconceito.

 Mariane, que estudou a vida inteira em escola pública, foi à única “eleita” ao Parlamento Jovem, deste ano, em toda a região noroeste paulista. Eleita entre aspas, pois, ao contrário dos deputados escolhidos nas urnas, ela conseguiu a vaga no parlamento através de um projeto que apresentou.

 Ela e mais 77 jovens de todo o País criaram projetos de lei que foram selecionados pela Câmara e serão apresentados entre 24 e 28 de setembro em Brasília. O melhor pode virar lei.

 A proposta apresentada pela fernandopolense é hoje um dos temas mais polêmicos no cenário nacional: o trabalho dos menores. A ideia é diminuir a idade mínima para começar a trabalhar - de 16 para 14 anos -, desde que o desempenho escolar não seja prejudicado.

 “A intenção é de que o jovem possa começar a trabalhar com 14 anos, desde que seu rendimento escolar não seja prejudicado. Caso o rendimento na escola caia, ele terá que sair do trabalho. Com isso, haverá um fortalecimento na mão de obra no Brasil e a ocupação do tempo ocioso desses jovens, mantendo-os longe das drogas”

 O projeto, de acordo com Mariane, surgiu com base em experiência pessoal. Segundo a jovem, aos 14 anos, ela tentou trabalhar num escritório de advocacia para desenvolver o que estava aprendendo no curso de técnico jurídico.

 “Era importante para mim, só que eu não pude trabalhar porque é proibido, então desenvolvi esse projeto para dar a oportunidade de escolha ao jovem”, explicou a parlamentar.

 Hoje, quem tem 14 anos pode trabalhar, só que apenas na condição de aprendiz. Ele deve ser matriculado em curso profissionalizante e ter jornada inferior a seis horas diárias.  O projeto de Mariane pretende oferecer aos adolescentes condições igualitárias com direitos trabalhistas.

 “Ela é um orgulho para nossa escola. Sempre foi uma boa aluna, articulada, questionadora, ela quer sempre saber o porquê das coisas e essa é uma característica extremamente importante no jovem. Infelizmente, hoje há poucos que questionam, que procuram seus direitos, tanto é que esse inconformismo dela ter sido impedida de trabalhar aos 14 anos se transformou no que é hoje”, afirmou a coordenadora do JAP, escola onde a jovem parlamentar estuda desde a 5º série.

 Agora, a jovem, que já se prepara para prestar o vestibular para o curso de Direito, no intuito de se tornar juíza, irá defender seu projeto frente aos 513parlamentares federais em Brasília, elevando o nome de Fernandópolis e principalmente da educação pública de nosso país.