Henri deixa PMDB e critica direção estadual

20 de Agosto de 2025

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Henri deixa PMDB e critica direção estadual

 Presidente peemedebista diz que, na região, partido só exigiu candidato próprio em Fernandópolis 

 Em nota pública divulgada nesta terça-feira, 3, o presidente da comissão provisória do PMDB em Fernandópolis, o advogado Henri Dias, comunica sua saída do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e atribui a decisão às manobras de bastidores que impediram a coligação com a candidata oposicionista Ana Bim, do PSD.

 No último sábado, o diretório local decidiu, por 5 votos a 2, que o partido não teria candidato majoritário. Entretanto, o empresário Carlos Lima, que ingressou no PMDB no final do ano passado, apelou ao diretório estadual, que anulou a ata da convenção e viabilizou a candidatura de Lima, com o também empresário Jeder Rissato como candidato a vice.

 Observadores interpretaram a “nota pública” de Henri Dias como uma crítica feroz à atuação do deputado estadual Itamar Borges, do PMDB, que apóia explicitamente a candidatura do prefeito Luiz Vilar de Siqueira (DEM) à reeleição. No processo político, Borges teria “empurrado” o partido para a ala situacionista.

 Leia abaixo o inteiro teor da nota distribuída pelo advogado.  

NOTA PÚBLICA 

 Comunico minha saída da presidência do Diretório Municipal do PMDB, aguardando apenas questões protocolares para que isso seja consumado. 

 A decisão, de caráter pessoal e irrevogável, óbvia até, deixa a direção estadual à vontade no sentido de decidir os destinos da sigla na cidade. Sim, porque a vontade dos militantes e filiados locais nenhum valor tem para alguns membros da executiva estadual, os quais, imbuídos de interesses que nem merecem ser relatados, insistem em interferir na cena política fernandopolense. Por essas e outras é que o sucessor do nosso querido “manda brasa” se encontra na atual situação, sendo seguidamente relegado a papéis secundários nas últimas eleições. 

 O partido não terá candidatura própria em nenhuma das principais cidades da região, inclusive Rio Preto; essa exigência só era válida para Fernandópolis. Apesar de todas as dificuldades, o nosso PMDB tinha nomes para postular essa candidatura e foi cortejado até o último momento pelo atual mandatário e pela ex-prefeita, sendo obrigado a recusar convite para o cargo de vice por uma interferência direta da executiva estadual, que rejeitava terminantemente coligação com a ex-prefeita, sem pensar se isso era importante ou não para o partido.

  A candidatura “forçada” de Carlos Lima, imposta pela executiva estadual, pese a rejeição do diretório e das bases locais, é uma clara demonstração de que o PMDB, que tanto combateu os “anos de chumbo” do regime militar, adota agora a mesma truculência partidária que sempre condenou. Isso é lamentável!  

 Creio que cumpri meu papel e assumo meus erros durante esse período. Sinto-me honrado por haver dirigido o partido, embora saia inconformado com a decisão autoritária que o coloca na vala comum e destoa da sua bela história de luta pela democracia. A lamentar, tão somente a perda do convívio com o Dr. Raul, companheiro que muito me ensinou, tanto de vida, quanto de política e que sempre me alertou sobre determinada pessoa.

 Deixo um agradecimento especial ao Deputado Edinho Araújo, o qual, apesar do breve contato, mostrou-me como enxergar a política com “p” maiúsculo. Fico à sua disposição para as lutas futuras. 

 Deixo, também, uma mensagem de carinho aos membros do diretório, principalmente ao Erlifas Teles, peemedebista que me ensinou o verdadeiro sentido da palavra companheiro e ao Jeder Rissato, que demonstrou lealdade extrema, sempre. Sei das minhas qualidades, meus defeitos e minhas limitações, mas não posso concordar que o partido seja influenciado por pessoas desprovidas de caráter e ou aventureiras. De qualquer forma, continuarei dando minha contribuição para o crescimento e o engrandecimento da cidade.

Eu e o PMDB. Agora, cada um segue o seu caminho. O meu, sem dúvida nenhuma, tem Fernandópolis como norte. 

HENRI DIAS