O voo maluco do Zico na pescaria de 99

20 de Agosto de 2025

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O voo maluco do Zico na pescaria de 99
 Nossa equipe de pescaria, na década de 90, era bem organizada e entrosada. Dessa forma, quase sempre voltávamos com muitos peixes e excelentes histórias. O convívio era saudável e divertido. Nesse tempo, pescávamos anualmente no Rio São Lourenço, no Mato Grosso.

 Por tudo isso, sempre havia muitos interessados em fazer parte da turma, caso algum dos seis membros “titulares” não pudesse, por uma ou outra razão, participar de determinada pescaria. Levar mais gente, jamais: na primeira reunião que fizemos, convencionamos que o número ideal de pescadores era seis, por várias razões.

 Naquele tempo, todo mundo pescava com caminhonetes F-1000 ou D-20, que transportam três passageiros cada uma (quase não havia as caminhonetes menores como hoje em dia, quando abundam as S-10, Ranger, Hilux, L200, Frontier...). Assim, com apenas duas caminhonetes, levávamos toda a equipe. Outro fator: seis pescadores ocupam dois barcos. Era a cota certinha, racional e econômica.  

 Bem, em 1999, o Zico, que morava (e mora até hoje) em São Paulo, não poderia vir até Fernandópolis para se incorporar à equipe, porque seu chefe na então Eletropaulo convocou-o para trabalhar mais dois dias, antes de entrar em férias.

 O jeito foi comprar uma passagem aérea São Paulo-Cuiabá. Ficou combinado que, chegando a Rondonópolis, uma caminhonete com três companheiros seguiria para o Rio São Lourenço, enquanto a outra, com o Ilário e o Marrote a bordo, iria buscar o Zico em Cuiabá.

 Chegamos ao rio numa sexta-feira à tardinha. Organizamos tudo e começamos a pescar, enquanto esperávamos os companheiros. No domingo à tarde, já estávamos preocupados com a falta de notícias quando eles apareceram, trazendo o Zico.

 Só aí soubemos da aventura do companheiro para chegar a Cuiabá: estávamos em setembro, mês sem chuvas e com muita fumaça no ar por causa das queimadas. O avião, sem visibilidade, teve que pousar em Presidente Prudente, ainda em SP. A companhia aérea providenciou um ônibus e o Zico sacolejou por 16 horas até chegar à capital do Mato Grosso.

 Com isso, as despesas aumentaram, porque Ilário e Marrote tiveram que ficar num hotel esperando o amigo. Mas duro mesmo foi convencer o Jaú, tesoureiro da equipe e pão-duro notório, a arcar com as despesas do “Resgate do Soldado Zico”...