Enquanto o atual prefeito de Fernandópolis, Luis Vilar de Siqueira (DEM), quer despejar 19 comerciantes e desempregar mais de 200 pessoas para vender o Mercado Municipal com a alegação de que precisa de dinheiro para dar contrapartida em obras públicas, outros imóveis do município que poderiam ser vendidos sem prejudicar tantas pessoas seguem abandonados ou no mínimo, como diz o próprio prefeito “não trazem beneficio algum ao município”.
Um exemplo claro dessa realidade está a menos de 200 metros do ameaçado Mercadão, o prédio do antigo Tênis Clube. A posse do prédio passou a ser do município em março de 2010, após um mandado de emissão de posse em ação ordinária de arrecadação de bens.
Desde então, muito se falou, e nada se fez naquela gigantesca área, que hoje serve apenas de “parque de diversões” para o mosquito de dengue, ponto de uso de drogas e até de motel nas horas vagas.
Em matéria postada em outubro de 2008 no site oficial da prefeitura, pode-se ler o seguinte: “O prédio do antigo Tênis Clube já começou a ser revitalizado para as futuras instalações de um Centro Esportivo e Recreativo Municipal... Depois de muitos anos de abandono o prédio servia apenas para criadouro de dengue e morada de outros insetos, além de abrigo para invasores... Para a reforma elétrica e hidráulica já foram adquiridos em dois pregões R$ 25.970,00 em materiais...”.
Em 2009, a prefeitura lançou em seu site a notícia de que “o Ministério do Esporte, através do deputado federal José Aníbal, liberou recursos de R$ 150 mil para o início da reforma da antiga sede esportiva do Tênis, que hoje pertence à prefeitura... o recurso será empregado no projeto que visa a adaptar o local para uso de escolinhas de futebol e demais modalidades, de forma que receba crianças e adolescentes para práticas esportivas em parceria com o Governo Federal. O espaço também será adequado para atender à demanda da terceira idade, garantindo melhor aproveitamento do espaço o ano todo”.
Mas, pelo que se vê, esses R$ 150 mil não chegaram ao local e esses R$ 25.970,00 em materiais, foram utilizados em outro lugar, ou de fato nunca existiram.
Já em 2010, o tal projeto do Centro Esportivo foi esquecido. O site trouxe a seguinte matéria: “A Prefeitura de Fernandópolis homologou nessa quinta-feira... o termo de contratação da empresa “Sparton Construções e Incorporações Imobiliárias Ltda.”, que vai construir a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Fernandópolis. A UPA será implantada na Avenida Raul Gonçalves, na antiga sede esportiva do Tênis Clube. O serviço começa a ser executado nas próximas semanas”.
Essas “próximas semanas”, não chegaram até hoje.
Outro imóvel que já possui até a autorização da Câmara para ser vendido, porém não o foi, é o antigo prédio do SESI. Este ainda não foi invadido nem depredado, mas assim como o Tênis, é tudo questão de tempo.
Também há o prédio da antiga prefeitura, que, assim como o SESI, já possui autorização da Câmara para ser vendido. Um grande “elefante branco” bem no Centro da cidade que está bem deteriorado e abriga umas duas ou três salas de departamentos municipais.
Isso sem contar a imensa quantidade de terrenos ociosos do Município que existem espalhados pela cidade.
Assim, não é fácil entender por que o prefeito insiste tanto na venda do Mercado Municipal. A não ser que exista algum interesse inconfessável, como sugeriu o vereador José Carlos Zambon na última reunião com os comerciantes: “Só se houver algum interesse escuso por trás dessa venda, mas isso eu não sei”, disse o vereador.