Depois de duas recusas, o Conselho Municipal de Saúde, estranhamente reformulado, aprovou as contas da Saúde de Fernandópolis referentes aos quatro primeiros meses de 2012. A audiência pública foi realizada no plenário da Câmara de Vereadores na quinta-feira, 31.
Mais uma vez, novas contas foram apresentadas. No primeiro balancete - recusado pelos conselheiros – dentre outras coisas aparecia o gasto de R$ R$ 212.216,00 com aluguéis de imóveis para a área da saúde. Na segunda apresentação esse número caiu para R$ 97.500,00.
A explicação para a queda desse valor, segundo o contador Antonio Carlos Scanferla, é a retirada dos valores empenhados (previstos), restando para aprovação apenas o liquidado, mas a manobra não convenceu os conselheiros, que pela segunda vez recusaram por unanimidade os gastos com a saúde municipal.
Agora, na terceira apresentação, os gastos com locações de imóveis vieram como R$ 57.269,81 liquidados e R$ 97.500,00 empenhados. “Afinal, os R$ 97.500,00 já não eram apenas o liquidado na segunda apresentação? Agora o liquidado é R$ 57.269,81? Que confusão é essa?”, perguntou o conselheiro Odalicio Barbosa.
Além dos gastos com locações de imóveis, o valor gasto com o pagamento de funcionários chamou a atenção dos conselheiros. Em quatro meses foram gastos cerca de R$ 7 milhões apenas com o pagamento de funcionários da área da saúde, sendo que destes, R$ 4.179.682,16 foram gastos apenas com a Organização Social – IDEAIS - Instituto de Desenvolvimento Estratégico e Assistência Integral à Saúde.
“O ano é dividido em três quadrimestres. Se foram gastos R$ 7 milhões em um quadrimestre em um ano serão gastos R$ 21 milhões apenas com pagamento de funcionários. Agora, pergunto: o que sobrará para aplicar no básico e essencial? Só médicos e enfermeiros não curam doenças, eles não fazem milagres, o que cura é remédio e tratamento. O povo tem razão quando diz que a saúde está um caos”, disse o conselheiro Odalício.
REFORMULAÇÃO
Desta vez, o conselho estava bem diferente do que aquele que recusou as duas primeiras contas. Pessoas que há tempos não participavam das audiências - pelo menos não nas cinco últimas - desta vez coincidentemente apareceram na votação, que aprovou os gastos com a saúde por sete votos a cinco.