A agenda comemorativa ao aniversário da cidade desse ano reflete bem o trabalho da atual administração de Fernandópolis. Com poucas obras prontas, restou ao prefeito “inaugurar” assinaturas de obras de serviços, o lançamento de pedras fundamentais e serviços de manutenção - como é o caso do recapeamento de avenidas da cidade. Afinal, recapeamento é manutenção, não é “obra”.
Tal atitude já virou até piada num site de humor, onde o colunista afirma que “em Fernandópolis estão inaugurando até ordens de serviço”. Essa afirmação, apesar de irônica, não foge da verdade.
Na própria agenda distribuída pela assessoria de comunicação aos órgãos de imprensa do município, consta como um dos eventos comemorativos do aniversário da cidade a “assinatura da ordem de serviço para a revitalização da Praça São Luiz Gonzaga”, que foi realizada no dia 6 de maio, às 9h30, na Praça da Brasilândia, com a presença de vários funcionários públicos e alguns vereadores.
Outro fato que chama a atenção na dita agenda é o lançamento das pedras fundamentais para a construção de uma creche no Hilda Helena e outra no Jardim Ipanema, que estavam marcadas respectivamente para os dias 30 e 31 deste mês e agora foram adiadas sem data prevista.
O lançamento de pedras fundamentais, aliás, não significa nada - basta observar a pedra fundamental da Academia Céu Aberto. Na época, uma grande cerimônia marcou o “lançamento” da pedra, que hoje está encoberta pelo mato.
As únicas obras de verdade que o prefeito iria inaugurar também foram adiadas, segundo a assessoria, “em decorrência do pedido de algumas autoridades que desejam participar dos eventos”.
Na verdade, as únicas obras que o prefeito tinha esperança de que ficassem prontas a tempo, atrasaram e deixaram o chefe do executivo na mão, como é o caso do “Melhor Caminho”, que foi adiada para o dia 9 de junho e do campo de futebol “Luiz Ranier dos Santos Gomes” adiado também para junho, mas sem data prevista.
Agora Vilar deposita suas esperanças na agenda do governador Geraldo Alckmin, para a inauguração do AME – Ambulatório Médico de Especialidades – e da DDM – Delegacia de Defesa da Mulher.
Caso o governador não possa vir, restará ao prefeito querer que a população “comemore” as assinaturas de ordens de serviço e o lançamento de pedras fundamentais, empurrando goela abaixo da população inaugurações de recapeamentos de avenidas – um serviço de manutenção, como é o caso da Afonso Cáfaro, “obra” lançada na manhã de terça-feira, 15.
Já que a população de Fernandópolis não tem muito a comemorar mesmo, resta então engolir esse marketing grotesco.