A “carga pesada” do Loverde

20 de Agosto de 2025

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A “carga pesada” do Loverde

 Depois que o Bira Torriceli morreu, em julho de 2010, sem perceber parei de publicar as proezas dele e do Onivaldo Loverde, nas nossas muitas pescarias. Há certas dores que só mesmo o tempo é capaz de aplacar, e a perda de um grande amigo é uma delas. 

 Ao definir qual seria o assunto da coluna de hoje, me lembrei de uma pescaria que fizemos mais ou menos em 1990 na margem mineira do Rio Grande, precisamente em terras da fazenda Cristo Redentor.

 Nesse trecho do rio, há uma pedreira onde as águas são muito profundas. Lá nós pegávamos, na época, muitos piaus “do olho vermelho”, daqueles grandões. Só que, para chegar lá, tínhamos que vencer uns dois quilômetros a pé, já que não havia estrada até o rio.

 Daquela vez, creio que exageramos no número de latinhas de cerveja, porque o isopor ficou bem pesado. Como o fortão da turma era o Loverde, para ele ficou a incumbência de levar essa caixa. Eu e o Bira nos encarregamos das varas e tralhas em geral.

 Foi um sufoco chegar à beira do rio. O Loverde estava completamente suado e ofegante. Ele depositou o isopor sobre uma pedra, abriu-o sequioso por uma latinha de cerveja que lhe “pagasse” a trabalheira e constatou o conteúdo: um quilo de carne para os espetinhos de churrasco, “trocentas” latinhas e um saquinho com três ou quatro tomates.

 Indignado, o Loverde praguejou: “Por isso é que estava tão pesado! Quem foi que botou aqui esses tomates??!