CONSEG trabalha pela segurança da grande festa

20 de Agosto de 2025

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CONSEG trabalha pela segurança da grande festa

 Dizer que a Exposição de Fernandópolis é um sucesso de público é chover no molhado. O que muita gente não sabe – pelo menos em detalhes – é da complexa estrutura da festa, cujos responsáveis têm que prever todas as possibilidades para minimizar as chances de erros. A segurança é um dos pontos cruciais desse trabalho. Por isso, o Conselho Comunitário de Segurança – CONSEG – desde abril vem debatendo a estratégia de ação para o período da Expô. Em debate exclusivo para CIDADÃO, o Capitão PM Wilson Cardoso Junior, membro nato, e o advogado Marcelo de Lima Ferreira, presidente do CONSEG, fazem um resumo da ação que será desenvolvida a partir do dia 17, visando à segurança dos cidadãos na festa e fora dela. 

CIDADÃO: Quais são as principais medidas de segurança adotadas para o período da Exposição?

WILSON: A exemplo do que aconteceu no ano passado, nós nos preocupamos com três aspectos: em primeiro lugar, o policiamento da cidade, que é reforçado – sabemos que há um fluxo muito grande de pessoas que vêm para Fernandópolis durante a festa, e nem sempre são pessoas do bem – então não se pode deixar a estrutura normal de policiamento, precisamos de um plus nesse período. O segundo ponto é um efetivo específico para lidar com o trânsito. Esse é um dos calcanhares de Aquiles da Expô. Esse efetivo trabalhará para agilizar a circulação e a chegada ao recinto da forma mais segura possível. O terceiro aspecto é a segurança do evento propriamente dito. Isso é feito em parceria com a segurança privada, que estará na festa, e cuja contratação é de responsabilidade dos organizadores. A Polícia Militar manterá uma base que servirá de ponto de apoio aos policiais em serviço no interior do recinto, e que também servirá para registros e emissão de boletins de ocorrência. Essa base é também ponto de apoio para a própria população.

CIDADÃO: Os efetivos não terão folga?

WILSON: Não. Nós suprimimos todos os afastamentos – férias, licenças, dispensas. Ou seja, 100% do nosso efetivo estarão de serviço e concorrendo a jornadas extras de trabalho, justamente para fazer frente a essa demanda. Todo o efetivo estará na ativa em função do evento. Temos que cobrir as três frentes citadas anteriormente – segurança da cidade, trânsito e segurança do evento.

CIDADÃO: Ainda com relação à cidade, qual é a orientação?

WILSON: A primeira barreira para conter a criminalidade é a conduta do próprio cidadão. Temos batido nessa tecla. A própria Constituição Federal ressalta isso no artigo 144, que dispõe que a segurança pública é responsabilidade de todos. Então, as pessoas têm que tomar os cuidados básicos para a sua segurança pessoal e de seu patrimônio. Trancar bem portas e janelas, colocar cadeados, manter um cachorro na residência, pôr sistemas de alarme, tudo isso inibe a ação de marginais. Um bom relacionamento com os vizinhos é fundamental. Se ele não vai à festa, certamente cuidará de sua casa enquanto você está fora. Se ele perceber qualquer coisa diferente, uma movimentação, uma pessoa estranha, deverá ligar para 190 e acionar uma guarnição que averiguará a situação, fazendo abordagens se necessário. Ao voltar para casa, o cidadão, caso perceba pessoas estranhas por perto, não deverá entrar na residência: o certo é dar uma volta no quarteirão e, enquanto isso, ligar para o 190 para que uma guarnição lhe dê segurança para entrar em casa. O policiamento que vai ficar na cidade estará atento a isso. No ano passado, houve alguma confusão nos terminais de ônibus, então estaremos atentos a isso. Faremos de tudo para que o cidadão se divirta na festa e possa ter só boas recordações da Expô de 2012.

CIDADÃO: Quanto ao percurso cidade-Expô e vice-versa, quais são as precauções que o cidadão comum deverá tomar?

WILSON: Primeiro, chegar cedo à festa. Pedimos inclusive a colaboração dos empregados, para que na medida do possível liberem os funcionários mais cedo. Quanto antes chegar à festa, melhor. Às vezes, o afluxo de público supera a expectativa, e nossas vias são limitadas. Se todos deixarem para chegar à festa em cima da hora, não haverá como evitar os congestionamentos?

CIDADÃO: O que o sr. chama de “chegar cedo”?

WILSON: Temos observado que, a partir das 20h, o trânsito aumenta muito. Então, quem puder chegar às 18h, 19h, ajudará muito. Também é preciso ir para o recinto já tendo em mente onde vai estacionar. Muitos congestionamentos se formam nas proximidades do parque porque os motoristas ficam indecisos quanto ao estacionamento onde deixará o carro. Quem puder comprar a credencial de estacionamento antecipadamente, melhor.

CIDADÃO: Os proprietários de estacionamentos fizeram algum tipo de acordo em relação aos preços?

MARCELO: Não, por enquanto não há nada nesse sentido. Porém, existe a perspectiva de que isso aconteça.

WILSON: As pessoas deverão manter a calma, não adianta reclamar do trânsito. Já vimos casos de pessoas sendo mal-educadas com policiais de serviço, e a culpa não é deles, policiais. O policial está ali, em meio à fumaça dos escapamentos, numa situação insalubre, tentando colaborar. Todos devem obedecer à sinalização e às ordens dos policiais. Outro aspecto importante: verificar antecipadamente as condições do veículo e o nível de combustível, para evitar quebras ou pane seca ao longo da via. Isso frequentemente acontece. Pensando nisso, a Porto Seguro disponibilizará guinchos ao longo do trajeto, para retirar rapidamente esses veículos. Qualquer acidente de trânsito poderá ser registrado na própria base da Polícia no recinto.

CIDADÃO: E em relação às bebidas alcoólicas?

WILSON: Entre outras coisas, haverá um aparelho etilômetro, o popular “bafômetro”, para flagrar motoristas embriagados. Sabemos que grande parte dos acidentes, principalmente os com resultado morte, são causados por condutores alcoolizados. Faremos essa fiscalização rigorosa justamente para tentar evitar alguma tragédia no trânsito.

CIDADÃO: Como o CONSEG divulgará as medidas de segurança?

MARCELO: Primeiramente, pretendemos fechar nosso esquema de policiamento e dicas de segurança até este final de semana, para enviar à imprensa. Esse material também deverá chegar às regiões de Rio Preto, Votuporanga e Jales. Assim, os visitantes também poderão conhecer as dicas de segurança. Haverá distribuição de panfletos feita pelo CONSEG, com todas essas informações. Além de distribuir esse material no comércio do centro da cidade, também distribuiremos nas vias de acesso à Expô.

CIDADÃO: Se alguém sofrer um furto ou alguma forma de violência dentro do recinto, como deverá proceder?

WILSON: A vítima deverá abordar um dos seguranças particulares em serviço ou mesmo os policiais militares que também estarão no recinto. Alternativamente, poderá se dirigir ao posto policial. Todos os seguranças estarão identificados. Haverá um sistema de monitoramento do recinto por câmeras, para identificar a ação de marginais. Bandido não terá vida boa na festa, que é concebida e realizada para a diversão das famílias, das pessoas de bem.

CIDADÃO: A grade de shows deste ano foi muito bem recebida pela população de Fernandópolis e região. Isso não autoriza imaginar que o público poderá superar as expectativas e consequentemente apresentar tumultos?

MARCELO: A comissão organizadora considera como potencialmente mais críticos os dois sábados, as duas sextas-feiras e o dia 22, com show gratuito do Daniel. Tomaremos precauções especiais nessas datas.

CIDADÃO: Com a experiência que o sr. tem na comissão organizadora, como explicaria o sucesso, a força regional que essa festa fernandopolense tem?

MARCELO: Atribuo isso à união da comissão, um grupo de 45 pessoas focadas no mesmo objetivo. Já há dois meses estamos trabalhando intensamente por esse sucesso.