Vilar quer vender Mercadão e pagar contrapartida de obra pronta

20 de Agosto de 2025

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Vilar quer vender Mercadão e pagar contrapartida de obra pronta

 Como diz uma vereadora da cidade, “às vezes parece que o atual prefeito de Fernandópolis quer fazer a população e os vereadores de bobos”.

 No projeto enviado pelo prefeito à Câmara Municipal esta semana, referente à venda do Mercado Municipal, Vilar condiciona o aporte que viria – o imóvel está avaliado em R$ 2,4 milhões a contrapartidas de obras que ele pretende fazer ou que já estão feitas, como é o caso da Delegacia da Mulher, que já está pronta e com data de inauguração marcada.

 No documento assinado pelo prefeito, consta que R$ 51.920, 00 dos R$ 2,4 milhões provenientes da venda do Mercadão seriam utilizados na construção da DDM, mas o que causa estranheza e já foi até alvo de denúncia, é o fato de a delegacia já estar pronta.

“Eu primeiro quero pedir desculpas pela expressão, mas às vezes parece que o prefeito quer fazer a população e os vereadores de bobos. Se a obra já está pronta, já tem até data de inauguração marcada, por que ele ainda precisa de dinheiro para contrapartida?”, perguntou a vereadora Cândida de Jesus Nogueira.

REUNIÃO

 Para discutir o futuro do Mercadão, a Associação dos Comerciantes do Mercado Municipal marcou uma reunião com os vereadores na tarde de quinta-feira, 10, onde receberam a notícia que o projeto já estava na Câmara para votação. Durante essa reunião os comerciantes puderam sentir a posição dos vereadores, que a princípio parece ser favorável à venda do bem municipal.

 Durante uma breve discussão, o vereador André Pessuto deixou escapar que assim como nas CPs, a votação de sete a três pode voltar a prevalecer para ajudar o atual prefeito a se reeleger.

 “Nós estamos numa posição aqui que é a seguinte: quem é favorável ao prefeito quer que a venda seja aprovada, porque sabe que assim ele vai arrecadar dinheiro e terminar um monte de obras importantes para cidade, correndo atrás do prejuízo. Quem é contra o prefeito não quer que venda para ele se ferrar,  porque assim ele não vai conseguir as contrapartidas para terminar as obras”, esbravejou o pupilo de Vilar.

 Em contrapartida, o vereador José Carlos Zambon saiu em defesa da associação e declarou sua posição contrária à venda.

 “Eu sou contra a autorização da venda, porque o que está alegando o senhor prefeito é que esse dinheiro será usado para contrapartida de obras, só que nós já o autorizamos a vender outros imóveis do município e com a venda desses imóveis já é possível chegar ao valor dessas contrapartidas. Então, para que mexer num local onde a Prefeitura não tem nenhum gasto e 19 empresários mantém mais de 200 funcionários trabalhando? Só se houver algum interesse escuso por trás dessa venda, mas isso eu não sei”, disse o vereador.

 Ainda segundo Zambon, um administrador não pode fazer aventuras como tem feito o atual prefeito frente à prefeitura e quando esteve frente à FEF.

 “A lei de responsabilidade fiscal proíbe a Prefeitura de fazer aventuras, ou seja, você tem que ter o dinheiro para investir em alguma coisa, é claro que nós temos que buscar verbas, mas não podemos fazer compromissos descabidos. As dívidas dessas aventuras irão aparecer no futuro, mas se a gente não tomar cuidado em frear esses desmandos aqui no presente, as consequências no futuro poderão ser desastrosas”, destacou Zambon.

 Os empresários do Mercadão estão dispostos a negociar o pagamento de IPTU e aluguéis. “Só não temos condições de comprar o prédio”, justificou o comerciante Osvalter Bassan. Caso a Câmara aprove o projeto de Vilar, cerca de 200 funcionários ficarão sem emprego.