Campeonato começa com o maior clássico regional

20 de Agosto de 2025

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Campeonato começa com o maior clássico regional


Já na estreia, Fefecê recebe o arquirrival Votuporanguense no “Cláudio Rodante”

 Quando a bola rolar amanhã, às 10h, no Estádio Municipal “Cláudio Rodante”, o time e a torcida do Fernandópolis Futebol Clube terão pela frente aquele que é, historicamente, seu maior adversário: o Clube Atlético Votuporanguense, que certamente contará com o apoio maciço de sua fanática torcida, a TURA, cujo slogan é: “Com o CAV onde e como ele estiver”.

 É um clássico regional de muitas histórias, que sofreu um hiato na década passada, com a paralisação das atividades da Associação Atlética Votuporanguense, conhecida como a “Dama de Negro”. Com dificuldades estruturais e sem diretoria, a Votuporanguense morreu, dando lugar, anos depois, ao nascimento do CAV. Passou do feminino para o masculino e adotou nova filosofia administrativa.

 Isso ocorreu a partir do campeonato de 2010, quando, no primeiro reencontro, também em Fernandópolis, o CAV venceu por 3x2. No segundo turno, porém, as coisas foram diferentes: o Fefecê devolveu os 3x2 em pleno “Plinio Marin”. No final das contas, nem um nem outro clube chegou à Série A-3.

 Em 2011, preocupado em fazer um belo campeonato no ano do Cinquentenário, o Fefecê montou um grande time, fez partidas inesquecíveis, chegou a ser considerada a melhor equipe do campeonato, mas teve problemas no final, especialmente com a perda do poder ofensivo após a saída do artilheiro João Paulo, e não passou da terceira fase. O CAV foi um pouco além, mas igualmente não conseguiu o acesso. Os resultados do ano passado? CAV 1x0 Fefecê, em Votuporanga, e 0x0 em Fernandópolis.

 Neste ano, o CAV contratou o treinador China, que comandou o Fefecê em 2011. Já realizou vários amistosos, na maioria deles obtendo bons resultados. Enquanto isso, o Fefecê, penando em virtude da falta de dinheiro e de patrocinadores, confia na competência do técnico Roberto Assis, o “Robertão”, e do campeão Maurinho.

 A diretoria não esconde as dificuldades e montou um time que ainda não convenceu plenamente. A se acreditar na máxima de que “treino é treino, jogo é jogo” – e o Fefecê praticamente só treinou, nestes meses de preparação – é possível que o CAV tenha uma surpresa negativa amanhã, quando o árbitro encerrar o primeiro “FerVo” de 2012.

 Caso contrário, já será hora de pôr o dedo na ferida, apontar as deficiências do elenco e buscar solução rápida, porque a primeira fase do torneio passa num piscar de olhos.

Foto: fefa e CAV em 2010 (meus documentos)

Legenda: Uma das partidas de 2010: equilíbrio   

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BOX

           Robertão pode escalar Fernando como primeiro volante

 Medida permitiria a entrada de Marcos Vinicius e sacrificaria Cleber, acima da idade

 Nem os treinos da semana foram suficientes para dirimir a principal dúvida do técnico Roberto Assis para o jogo de amanhã contra o Clube Atlético Votuporanguense, pela primeira rodada do campeonato paulista da 2ª Divisão.

 E o dilema do treinador, mais uma vez, é decorrente da dificuldade de formar um time com apenas três atletas acima de 23 anos de idade, como exige o regulamento. Na quarta-feira, Robertão iniciou o coletivo com o lateral direito Maurinho, o volante Cleber e o centroavante Luizão, todos acima da idade, no time principal. O meia Marcos Vinicius, que também é acima da idade (tem 24) treinou no time reserva.

 Essa formação, com Maurinho, Cleber e Luizão, impediria que o meia-armador advindo do Juventus ficasse até mesmo no banco, porque a súmula pode ter no máximo três jogadores acima dos 23 anos.

 Na segunda etapa do treino, Robertão tirou Cleber e escalou Fernando. Ao mesmo tempo, substituiu Alex Morgado por Marcos Vinicius. O time rendeu mais nessa etapa.

 O jogador Fernando, que veio do Oswaldo Cruz e na realidade é zagueiro, surpreendeu pelo desembaraço. Ele atuou com desenvoltura na posição de primeiro volante e pode ser a novidade de amanhã. O time deverá ter Luan; Maurinho, Marcelo, Iago e Juninho; Cleber (Fernando), Jackson, Neto e Alex Morgado (Marcos Vinicius); Luizão e Michel (Ernani).

 Os ingressos custarão R$ 20 (cadeiras), R$ 10 (arquibancadas) e R$ 5 (mulheres e aposentados). Crianças até 12 anos não pagam. Estudantes com carteirinha pagarão a metade do valor do ingresso que adquirirem.  

Foto: DSCO9001 (abril de 2012)

Legenda: Zagueiros do Fefecê observam treino de finalizações dos atacantes: parada difícil contra o maior rival

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BOX II

          Atletas do passado recordam os confrontos com o alvinegro

 Dois jogadores de outras épocas do Fernandópolis Futebol Clube falaram esta semana à reportagem sobre o clássico FerVo: o ex-quarto zagueiro Noronha e o ex-centroavante Soares.

 Noronha contou que participou de apenas dois confrontos, ambos em 1980: “Vencemos as duas partidas, lá e cá. Vou morrer invicto contra o Votuporanguense”, brincou o ex-jogador, destaque do time campeão de 1979.

 No ano seguinte, ele foi o único atleta da “Águia” que fez parte da seleção da revista Placar, escolhida pela imprensa, do campeonato da Intermediária de 1980; Noronha saiu no pôster da revista e a foto foi produzida no prédio da Editora Abril, em São Paulo.

 Apesar da identificação com o time, Noronha ainda não sabe se poderá ir ao jogo: “É possível que eu esteja em viagem de trabalho, que ainda não está confirmada; se não viajar, irei ver a partida com certeza”, disse.

 Quem estará certamente no “Cláudio Rodante” é Soares. Afinal, ele é hoje o diretor de futebol do Fernandópolis. O ex-centroavante jogou três anos contra a Votuporanguense, o que equivale a seis partidas. “Fiz gols em várias delas, tanto que até hoje alguns torcedores de Votuporanga me chamam de ‘carrasco’”, recorda-se.

 Numa partida em Fernandópolis, Soares marcou duas vezes. Mas o jogo inesquecível, também em casa, aconteceu numa quarta-feira à noite, em 1985: “Eles tinham um timaço e nos pressionaram muito no primeiro tempo, que terminou sem gols. Na segunda etapa, nós atacávamos em direção ao gol dos vestiários. Num cruzamento da esquerda, subi mais que os zagueiros e marquei de cabeça. Ganhamos de 1x0”, lembra feliz o ex-atacante.

 Soares sabe que será um jogo difícil, e pede à torcida que compareça em massa e apóie o time: “Temos que contar com o 12º jogador, que é o torcedor. Dessa partida depende muito nosso futuro no campeonato”, explica o experiente ex-atleta.