“Cemitérios de automóveis” fazem parte da nova paisagem urbana

20 de Agosto de 2025

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“Cemitérios de automóveis” fazem parte da nova paisagem urbana
 Não é de hoje que a população de Fernandópolis e os milhares de usuários da Rodovia Euclides da Cunha se assustam ao ver os “cemitérios de automóveis” situados na cidade, às margens da rodovia em fase de duplicação.
 Na verdade, esses cemitérios são os depósitos de veículos apreendidos do DER – Departamento de Estradas e Rodagens – e do CIRETRAN de Fernandópolis. Nos dois departamentos, o serviço de depósito é terceirizado.
 O apelido dado pelos usuários da rodovia é plausível. Lotados e com uma aparência não muito atraente, os dois depósitos lembram, de fato, um cemitério com carcaças expostas. É que muitos motoristas preferem abandonar seus veículos em vez de pagar as despesas decorrentes da apreensão - multas, guincho, a vistoria obrigatória e o custo pela permanência do automóvel nos respectivos pátios.
 Tal prática se tornou comum em todo Brasil e, por conta disso, a superlotação nesses depósitos se tornou um problema praticamente incontrolável.
 Um exemplo claro deste problema é claramente visto no pátio do Ferro Velho São Paulo (depósito de CIRETRAN em Fernandópolis). O abandono dos veículos por parte de seus donos fez com que, ao longo do tempo, o pátio acumulasse cerca de seis mil automóveis, entre carros e motocicletas.
 De acordo com o delegado responsável pela CIRETRAN de Fernandópolis, Raul Bíscaro Filho, além dessa prática, outro fator que contribuiu para a superlotação do pátio fernandopolense foi o impedimento que o DETRAN - Departamento Estadual de Trânsito – de São Paulo impôs até que todos os leilões fossem regularizados.
 “Houve uma paralisação geral nos leilões em todo Estado até que todas as empresas leiloeiras se regulamentassem para realizar esse tipo de trabalho. Isso contribuiu muito para o acumulo de veículos. Agora que tudo foi regulamentado, já temos previsto para o dia 19 de maio um leilão que envolverá cerca de dois mil dos cerca de seis mil veículos que estão no pátio do CIRETRAN”, explicou o delegado.
Além de “má aparência”, outro fator preocupa. Em janeiro, o pátio do ferro velho que abriga os veículos da CIRETRAN foi assaltado por duas vezes em menos de uma semana. Em um dos assaltos, o vigia chegou a ser agredido enquanto era rendido pelos assaltantes que levaram duas motos do local.
 O pátio do DER não está diferente. Apesar de estar “menos lotado” do que o pátio do CIRETRAN, a aparência não está muito melhor. Veículos sujos e enferrujados tomam conta de boa parte da extensão territorial do pátio que abriga os veículos apreendidos nas rodovias de Fernandópolis e região.
 Em contato com a assessoria de comunicação do Departamento de Estadas e Rodagens, esta informou que “o pátio de Fernandópolis tem capacidade para 901 veículos. Hoje 40% das vagas estão ocupadas, ou seja, o pátio não está lotado”, mas admite que a disposição dos veículos no local pode dar a impressão de superlotação.  
 Já em relação aos leilões realizados pelo órgão, a assessoria informa que quando necessários, os veículos aqui apreendidos são leiloados na cidade de São Paulo e que o evento é anunciado por meio de publicação no Diário Oficial do Estado e em um jornal de circulação estadual.
 Sobre furtos nos pátios, o DER informa que não há qualquer ocorrência registrada em Fernandópolis.
APREENSÕES
 Para o pátio do DER vão os carros apreendidos nas rodovias estaduais com documentação vencida ou por alguma infração no Código de Trânsito Brasileiro que imponha a retenção ou a remoção do veículo ao pátio.
Já os veículos apreendidos dentro do perímetro urbano são encaminhados para os pátios de recolha dos CIRETRANs de cada cidade.