A Polícia Militar de Fernandópolis prendeu na noite de quarta-feira, 18, dois homens suspeitos de tráfico de drogas portando um tijolo de crack. Se fracionada, essa pedra jogaria nas ruas da cidade cerca de três mil pequenas pedras da droga, que é considerada, entre todos os entorpecentes conhecidos, uma das mais fortes e que viciam mais rapidamente.
Segundo a ocorrência registrada no 1° distrito policial de Fernandópolis, a apreensão foi efetivada após uma denúncia anônima feita à polícia. Segundo a denúncia, os indiciados Ulisses Klinger de Jesus dos Anjos, 37, e Anderson Saturnino, 30, teriam saído de Fernandópolis com destino a Jales para comprar a droga, que posteriormente seria redistribuída nas “bocas” da cidade.
Diante da denúncia, os policiais militares da Força Tática de Fernandópolis montaram uma barreira na base da Polícia Rodoviária da cidade e por volta das 21h30 surpreenderam os acusados quando passavam pela base num veículo Fiat/Uno de propriedade da mulher de Ulisses, D.C.A., que também estava no automóvel no momento da apreensão.
Após a ordem de parada, Ulisses e Anderson foram revistados, sendo que toda droga foi encontrada escondida na cueca de Ulisses. Diante dos fatos, a dupla foi presa e encaminhada à Cadeia de Votuporanga. Já a mulher de Ulisses foi ouvida e liberada por aparentemente não estar envolvida no esquema.
O CRACK
A ação da Polícia Militar de Fernandópolis tirou das ruas da cidade mais de três mil pedras da droga, que tem o maior poder “destrutivo” da atualidade. Por se tratar de um entorpecente relativamente “barato” em relação às outras drogas, o crack tomou conta das ruas brasileiras e Fernandópolis não ficou de fora da ação devastadora dessa droga.
Pela forma de uso, o crack é mais potente do que qualquer outra droga e provoca dependência desde a primeira pedra. A droga é de fácil acesso, sem cheiro, de efeito imediato e escraviza o usuário e seus familiares.
O baixo custo da pedra – em torno de R$ 5 – revela-se ilusório. Empurrado para o precipício da fissura, o dependente precisa fumar 20, 30 vezes por dia. Desfaz-se de todos os bens, furta de familiares e amigos e, por fim, começa a cometer crimes. Por conta dessa realidade é que os furtos na cidade não param de crescer a cada divulgação dos dados estatísticos da SSP-SP – Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Produzida através da mistura de cocaína e bicarbonato de sódio ou amônia, sua forma sólida permite que seja fumada. O usuário queima a pedra de crack num cachimbo (muitas vezes feitos artesanalmente de latas de refrigerantes) e aspira a fumaça, que atinge rapidamente o pulmão, entra na corrente sanguínea e chega ao cérebro em menos de 15 segundos, o que provoca uma intensa euforia e autoconfiança.
Essa sensação dura de cinco a 10 minutos e logo depois vem acompanhada por uma forte sensação de impotência e depressão, o que “obriga” o usuário a consumir uma pedra atrás da outra.
O futuro dos viciados nessa droga é incerto, mas estudos apontam que o uso contínuo do entorpecente pode levar à morte por provocar lesões cerebrais irreversíveis, devido à sua concentração no sistema nervoso central.