E o Brasil foi o país escolhido por Kate para sua participação no AFS Intercultural Programs, um programa de intercâmbio que visa ao aprimoramento da cidadania, ao aprendizado de novas línguas e ao conhecimento de outras culturas.
A estudante chegou ao Brasil em meados de 2011 e foi direto para Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde sua “família” brasileira a esperava. Essa família é constituída pelo pai fazendeiro, mãe empresária (Sueli, a “mãe”, tem uma loja no Shopping Avenida Center, de Dourados) e quatro filhos.
A adaptação não foi difícil. Kate só ficou um pouco assustada no princípio com o jeito despojado e brincalhão dos brasileiros: “No Brasil, até os professores brincam com os alunos, na Áustria não é assim”, espanta-se. Ela atualmente cursa o 2º Colegial em Dourados.
Uma divertida dificuldade acontece com as gírias que os brasileiros costumam usar em profusão. Kate ouviu a expressão “furar o olho” – no sentido de enganar, passar para trás – e achou estranhíssima, tendo que se socorrer da “tradutora” e amiga Denise, que é de Fernandópolis e, na época da chegada da garota, trabalhava na loja da “mãe” da intercambiária.
PÁSCOA
Aproveitando a Semana Santa, Kate veio a Fernandópolis rever a amiga Denise Capanema Feitosa. O pai de Denise, o radialista Ivan Gomes Feitosa, que é nordestino, serviu à austríaca alguns pratos da culinária de sua região, como o baião-de-dois. A garota gostou – mais do que do frango caipira, que considerou “muito forte”.
Na verdade, Kate adorou a comida brasileira: “Gostei muito do churrasco e das frutas tropicais”, afirmou. Sua impressão sobre Fernandópolis não poderia ser melhor: “Adorei a cidade, mais do que Dourados”, garante. Ficou impressionada com o movimento noturno e com o alarido dos universitários.
Ela já se expressa bem em português, depois de oito meses de convivência diária com a língua. Kate fala também alemão, inglês, francês e espanhol. Apesar da pouca idade, ela já viveu em vários países, entre eles a Costa Rica e Honduras.
FAMÍLIA
A garota confessa que sua primeira opção era a Austrália. A viagem não se viabilizou, mas ela acredita que a segunda opção – o Brasil – acabou sendo a melhor: “Este país é maravilhoso, a gente se sente feliz e cercada de carinho”, afirma ela. Mesmo assim, a saudade dos pais e da irmã caçula, de 10 anos, é muito grande. Mas essa saudade, Kate só matará no final do intercâmbio.