Reclamações sobre a falta de remédios na farmácia municipal de Fernandópolis já se tornaram corriqueiras na atual administração que até agora não conseguiu encontrar uma forma para solucionar esse problema que diariamente coloca em risco a saúde de dezenas de pessoas que dependem dos remédios da rede pública.
Essa semana, duas reclamações distintas chegaram à redação do CIDADÃO, mas elas possuíam praticamente o mesmo teor e mais uma vez se tratava da falta de remédios na Farmácia Municipal.
A primeira partiu da aposentada Maria de Fátima (nome fictício, por razões obvias). Segundo ela, já faz mais de quatro meses que está em falta o remédio Ametryl 25mg.
“Toda vez que eu vou lá eles simplesmente dizem que o remédio está em falta e que não há previsão para que ele volte a ser fornecido. Da última vez, a moça chegou a me dizer que o remédio não está vindo por falta de matéria prima para a fabricação. Só se for para a fabricação dos que deveriam vir para eles, porque eles continuam chegando normalmente para as farmácias particulares”, disse dona Maria.
O Amytril é um antidepressivo muito utilizado no tratamento contra a Síndrome do Pânico e outras doenças relativas a quadros depressivos. Ao interromper o tratamento com os remédios o paciente fica exposto à doença que atualmente atinge milhões de brasileiros.
Posteriormente chegou a redação a reclamação da também aposentada Francisca de Paula (também nome fictício), de que também há um longo período – não soube determinar quanto – não encontra o medicamento Sertralina 50mg, outro antidepressivo.
O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Alguns pacientes, assim como as duas senhoras fernandopolenses, precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.
Em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Fernandópolis, esta informou que “há remédios que são de responsabilidade do estado e outros são custeados pela prefeitura. No caso dos remédios Ametryl e Sertralina, o Estado disponibiliza 8 mil remédios por trimestre e a prefeitura 150 mil. Os medicamentos que competem à prefeitura já foram comprados há dez dias. Estamos aguardando a chegada. Outros medicamentos que foram comprados na mesma época já chegaram, então acreditamos que não deva demorar para checar estes”, destacou a assessoria.
