RISCOS DA IDEOLOGIA DE GÊNERO

20 de Agosto de 2025

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RISCOS DA IDEOLOGIA DE GÊNERO
            Qual o significado de gênero e sexo? Hoje os termos estão sendo usados de modo correspondente, mas o significado é distinto. Esse é o risco da ideologia de gênero, porque a sexualidade nessa perspectiva é abordada como “papel socialmente construído”, visto que  o ser humano nasce sexualmente “neutro”. A gênese dessa ideologia tem sua origem com a revolução sexual, que separou corpo e sexo. Ao desvincular essas duas realidades o corpo não é mais entendido como algo dado, com características biológicas e pessoais, mas algo construído tendo como referência a sociedade e a cultura em que se vive.

            Os defensores da ideologia de gênero defendem que as diferenças entre homem e mulher, excetuando as anatômicas, não tem correspondência com uma natureza fixa - uns são homens outros são mulheres. As diferenças na forma de pensar, agir e a valorização de si mesmo são frutos da cultura e de uma determinada época.  Características de cada grupo de pessoas são explicadas por conveniências de estruturas sociais de determinada sociedade. O argumento dos defensores dessa ideologia é deixar a cada um a liberdade para escolher o tipo de gênero que deseja pertencer, pois todos são válidos. Homens e mulheres heterossexuais, homossexuais lésbicas e bissexuais são modos de comportamento sexual, fruto da escolha de cada pessoa, liberdade que deve ser respeitada pelos demais.

            A diferenciação entre “sexo biológico” e “sexo social” que é a construção das condutas e normas da sociedade é de tal complexidade, pouco estudada pelos empecilhos colocados pelos defensores da ideologia de gênero.  A sexualidade precisa levar em conta os aspectos corporais, fisiológicos, porque cada pessoa tem as características próprias, de homem e de mulher inatas, não sendo passível de modificação devido à questão social.

            No campo religioso essa visão desemboca na defesa da idéia que Deus criou o homem e a mulher e todos os tipos de gêneros possíveis, ao critério de cada um. Deus criou o homem e a mulher para participarem de sua obra criadora. Os defensores dessa forma de pensar se articulam em organizações governamentais que recebem recursos e bem articuladas podem impor sua visão como o “casamento” homossexual, e a permissão para a adoção de filhos por casais do mesmo sexo.

            Essa ideologia é campo fértil para o subjetivismo moral e sexual. Se  não nasce, mas se faz homem e mulher no decorrer da vida,  o domínio do relativismo encontra seu campo de ação. “Seria uma esfera total do relativismo, da mudança de caráter, bem como daquele caráter absoluto do Deus criador. Se eliminarmos a possibilidade de que Deus nos faz homem e mulher, diríamos que Deus é completamente ambivalente, que cria e recria de modo diferente”( Rafael Solano Duran).

            A mentalidade atual é que cada um pode decidir o seu comportamento sem nenhuma referência objetiva. A consequência é a crise de identidade, porque a pessoa e dona das decisões, opções, mesmo se completamente equivocadas. Essa abordagem conduz a perca da unidade substancial do homem, pensado como um todo. Fica prejudicada a visão de unidade do ser humano – corpo e alma – e o sexo passa  a ter conotação somente física, quase sempre ligada à genitalidade, em ligação com o prazer em beneficio pessoal, não levando em conta que a sexualidade é uma forma de caracterizar a pessoa na sua totalidade.

            A perca da identidade como macho e fêmea esgarça o vínculo que deve ser levado em conta nos outros campos da vida. Ao romper essa unidade outros valores que estão ligados à sexualidade como o matrimônio, família, os vínculos sociais são  relegados a um segundo plano.