Uma questão de postura cidadã

20 de Agosto de 2025

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Uma questão de postura cidadã

 William Ouchi, economista nipo-americano, é o autor do livro Teoria “Z” que aborda conceitos de administração a partir do sistema japonês, e em referência às teorias “X” e “Y”, de Douglas MacGregor, um autor behaviorista da administração. Não vem ao caso discutir esses conceitos até porque, como já afirmei, não sou muito de “invadir outras praias”.

 De qualquer forma, escrito para até um leigo, como eu, entendê-lo, na época, muitos anos atrás, pude concluir que, fundamentalmente, queria dizer que nem todo sistema econômico adotado com sucesso por um país pode ser igualmente eficiente em outro. Mas paro por aqui minhas conjecturas nessa “praia”.

 A razão da referência ao livro, é devido aos recentes movimentos grevistas de PMs e bombeiros pelo Brasil e, agora, quando escrevo, de motoristas e cobradores de ônibus em Curitiba, mas que podemos estender a todas as demais que já ocorreram ao longo da história e que, ainda, virão a ocorrer: a forma, às vezes, violenta, mas sempre barulhenta, e as “sobras da batalha”.

 Pois é, para ficar claro aos leitores, Ouchi ofereceu várias ilustrações a fim de mostrar o escopo de sua teoria. Uma delas foi o exemplo de uma greve de trabalhadores em uma indústria japonesa. Eles anunciaram com bastante antecedência o fato e, no dia... e hora marcada!, deram início à manifestação, no pátio da empresa. Fizeram muito barulho, levaram bandeiras, panfletos, aparelhos de som, e, pasmem!, ao final recolheram toda a sujeira e deixaram o pátio da forma como encontraram! E pasmem ainda mais: nos dias que se seguiram, de volta ao trabalho, deram duro para recuperar a perda daquele dia para a empresa. Ou seja, a greve era apenas para mostrar a força que tinham se quisessem mesmo prejudicar a empresa!

 Por isso não me surpreendi com os extraordinários exemplos de cidadania oferecidos pelos japoneses logo após aquela tragédia natural (terremoto e tsunami) no nordeste do país, ao mesmo tempo em que entendo porque nossas regiões danificadas em muito menor escala continuam como se tivesse acontecido ontem!