Como você, leitor, viu aqui na última edição, houve uma confraternização entre pescadores de Fernandópolis no último dia 11. Um encontro que foi, além de comovente, cheio de lorotas de pescaria.
Pena que fui “desarmado” – não levei gravador, caneta ou bloco de anotações, que são as armas do repórter. Assim, perdi muita história boa, por culpa dessa memória que teima em envelhecer. Na próxima, não cometerei o mesmo erro.
Porém, consigo me lembrar de uma conversa com o Mará, logo no início da festa. Ele aproveitou para desmistificar certas lendas (segundo ele, claro) sobre a sua participação em pescarias.
A primeira delas é a do calção verde. Diz o folclore maraense que o conhecido professor atravessou a década de 80 pescando com um único calção – de cor verde, com duas listas brancas verticais de cada lado. Há quem jure ter visto o calção vagando sozinho pelo acampamento durante as madrugadas. “Isso é história daquele japonês do Rio Miranda, o Tanaka!”, replica Mará.
Tanaka, já falecido, morava à beira do Miranda e já “atuou” aqui na coluna, especialmente nas histórias do Zé da Dip, que ele chamava de Zezon. È célebre o episódio do aluguel dos barcos.
Nisso, o Mandi e o Sírio Sisto haviam se incorporado à roda, e o Mará continuou seu depoimento e narrou um causo meio cabeludo, acontecido no Rio Jauru ou coisa assim. Diante dos olhares incrédulos, avocou o testemunho do Sírio, “que estava lá e viu tudo”.
Dito isso, Mará se dirigiu à bomba de chope, para renovar o copo. Nesse instante o Sírio cochichou ao meu ouvido: “Pô, eu nem estava nessa pescaria!...”