O presidente da Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Paulo Antônio Skaf, inaugurou na manhã de ontem a sede do centro educacional do SESI de Fernandópolis. Foram investidos mais de R$ 11 milhões numa área de 12.743m², cedida pelo município que atenderá mais de 800 alunos em três turnos.
O SESI atenderá alunos com educação em tempo integral, com classes do ensino fundamental e médio, além de atividades pedagógicas diversas, cursos de qualificação profissional e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O Centro Educacional do SESI em Fernandópolis possui 12 salas de aula, sala de multimeios, laboratório de informática, biblioteca, centro de convivência, quadra poliesportiva, cozinha, área administrativa e de apoio.
De acordo com o presidente da Fiesp, “não existe desenvolvimento sem educação e por isso o SESI tem investido tanto na infra-estrutura de suas escolas proporcionando uma melhor qualidade de ensino”.
“De todas as instituições em que se organiza nossa sociedade, a escola é seguramente a mais importante. Porque nenhuma outra tem o seu poder transformador. A educação muda a realidade das pessoas, das comunidades, do país. É o bem mais precioso que se pode conquistar e, ao mesmo tempo, ninguém pode tirar. Por isso eu fico sempre tão emocionado a cada escola que o SESI entrega à população”, destacou Skaf.
Para o presidente da Fiesp, “para ter um ensino de qualidade é necessário um ambiente de qualidade. Uma boa escola deve proporcionar um ambiente produtivo, acolhedor, seguro e criativo para que seus alunos, professores e funcionários possam se preocupar apenas com o essencial: o aprendizado. As escolas do SESI-SP são projetadas para oferecer um ambiente ao mesmo tempo aconchegante e funcional. As novas instalações da escola de Fernandópolis reúnem essas características tanto nas salas de aulas e laboratórios quanto nas áreas externas de convivência e na quadra poliesportiva”, destacou.
HISTÓRIA DO SESI EM FERNANDÓPOLIS
O SESI está em Fernandópolis desde 1974. A primeira sede da escola foi na Avenida Afonso Cáfaro, onde funcionou o colégio adventista; depois foi para a Avenida Américo Messias dos Santos em um prédio cedido pela prefeitura.
Ali permaneceu até o dia 2 de janeiro de 2012, quando sua sede própria ficou pronta na Rua Leôncio da Silva, no Conjunto Habitacional Emílio Mininel.
O terreno onde foi construída a sede própria foi doado pelo município 18 de março de 2008, durante a gestão da prefeita Ana Bim.
HISTÓRIA DO SESI NO BRASIL
A década de 40 significou para o Brasil um período de adaptação às recentes mudanças no cenário interno e externo: a renúncia de Getúlio Vargas, o fim da Segunda Guerra Mundial, a posse de Eurico Gaspar Dutra na presidência da República e o crescimento da industrialização. Era uma época com perspectivas de liberdade e democracia. Por outro lado, aumentavam as tensões sociais – reflexo de problemas nos setores de alimentação, saúde, transportes e habitação.
Entre os empresários da indústria, da agricultura e do comércio estava clara a necessidade de criar um plano de ação social para o Brasil. Exposto na Carta Econômica de Teresópolis, de 1945, o pensamento ganhou força após uma reunião de sindicatos patronais e empregados de Minas Gerais. Ali, elaborou-se a Carta da Paz Social, amparada pelos princípios de solidariedade social que norteariam a criação do SESI.
O Decreto-Lei nº 9.403, assinado por Gaspar Dutra em 1946, atribuiu à CNI - Confederação Nacional da Indústria - a criação, direção e organização do SESI - Serviço Social da Indústria. Para isso, foi decisiva a liderança dos empresários Roberto Simonsen, em São Paulo, e Euvaldo Lodi, no Rio de Janeiro. Foram eles que despertaram o governo para a necessidade de promover a integração e a solidariedade entre patrões e empregados.
No dia 1º de julho de 1946, nasceu efetivamente o SESI, uma entidade de direito privado, mantida e administrada pela indústria. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do industriário e seus dependentes, suas atividades sempre incluíram a prestação de serviços em saúde, educação, lazer, cultura, nutrição e promoção da cidadania.
Inicialmente classificadas como Delegacias Regionais, os Departamentos Regionais do SESI nos estados brasileiros foram surgindo gradualmente. Ao longo dos anos, cada região foi se destacando em áreas específicas. Hoje, no entanto, todos os Departamentos do SESI nos 26 estados e no Distrito Federal são percebidos pelos empresários locais como parceiros para o desenvolvimento social de suas indústrias e de seus funcionários.
MISSÃO
O SESI tem como missão promover a qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes, com foco em educação, saúde e lazer, e estimular a gestão socialmente responsável da empresa industrial.
Basicamente, sua finalidade reside em prestar ao trabalhador e a seus dependentes educação básica e assistência social nas áreas da saúde, alimentação, lazer, esporte e cultura e isso é o que será feito, agora com maior amplitude, na nova sede em Fernandópolis.
Diretora fala da luta pela permanência
A diretora e administradora do SESI Rosicleide Carósio falou com exclusividade a CIDADÃO sobre a luta travada por ela e sua equipe pela permanência da instituição na cidade. Rosicleide dedicou 25 anos de sua vida à educação, dos quais 18 no SESI de Fernandópolis. Professora, pedagoga e apaixonada pelo que faz, seus olhos brilham ao falar da conquista da sede própria da escola que adotou como parte de sua vida.
CIDADÃO: Conte um pouco sobre a luta para conseguir a sede do SESI para Fernandópolis.
Rosicleide: Nós não tínhamos prédio próprio na cidade, sempre foram prédios cedidos pelo município e nós somos muito gratos por isso, mas tínhamos poucos alunos da indústria. Quando assumi em 2009 a diretoria da escola tínhamos apenas 11% de alunos beneficiários, por isso, não havia razão da escola existir, esses 11% poderiam muito bem ser alojados no ensino estadual ou municipal, mas nós não queríamos o fim de nossa escola e após uma luta incessante - minha e da minha equipe, porque sozinho a gente não faz nada, com palestras nas indústrias e a exposição de nosso trabalho, conseguimos reverter esse quadro e pulamos de 11% para 56% de alunos beneficiários, foi onde a Fiesp enxergou que Fernandópolis tinha potencial, ele apenas não havia sido trabalhado. Agora está tudo dando certo, estamos caminhando a cada dia melhores em qualidade de ensino e atendimento dos beneficiários da indústria.
CIDADÃO: A qualidade de ensino do SESI é destaque em cenário nacional. A que a senhora atribui tanto reconhecimento?
Rosicleide: O SESI da formação continuada a todos os seus professores e profissionais pedagógicos quatro vezes ao ano com especialistas de cada conteúdo e temos a nosso favor também a chefia. Temos nossa diretora local em Rio Preto, temos uma supervisora que vem uma vez por semana, temos a administradora que está aqui todos os dias e duas coordenadoras pedagógicas que confrontam o que é pedido na formação, o que é pedido no material didático, o que é pedido nas resoluções do SESI e o que é passado em sala de aula. Acredito que esse reconhecimento é devido ao comprometimento de todos os profissionais que aqui trabalham com a qualidade de ensino.
CIDADÃO: Outro cenário que também é muito reconhecido do SESI é o destaque da instituição no mundo do esporte a senhora acredita que Fernandópolis também será destaque?
Rosicleide: Fernandópolis já está sendo destaque no esporte. No ano passado, nós ficamos em segundo lugar em futsal feminino e em primeiro em xadrez na disputa regional do SESI e temos nosso presidente, que é um esportista nato que investe e nos cobra bastante para incentivarmos a prática dede esportes.
CIDADÃO: Temos muitos esportistas olímpicos do Brasil que saíram do SESI, a seleção masculina de vôlei conta com cinco jogadores da instituição. A senhora acredita que daqui pode sair algum futuro medalhista olímpico?
Rosicleide: Acredito que sim, em especial na modalidade de salto a distância. Temos alunos aqui que se destacam na modalidade. Temos alunos que se destacam no futsal no handball, temos dois alunos que fizeram testes para jogar no São Paulo e no Palmeiras. Acredito que agora com nossa quadra poliesportiva e com o investimento que nosso presidente dedica ao esporte possamos encontrar em breve aqui em Fernandópolis um futuro medalhista olímpico.
CIDADÃO: Quantos alunos o SESI de Fernandópolis abriga?
Rosicleide: Entre os três turnos e o ensino integral, possuímos atualmente 880 alunos dos quais 60% são beneficiários da indústria
CIDADÃO: Em apenas quatro anos vocês conseguiram elevar o percentual de beneficiários de 11% para 60%. Qual é o segredo?
Rosicleide: O nosso trabalho, o nosso desejo. Acredito que a nossa querência é tudo, provamos que nada é impossível, basta acreditar e trabalhar que tudo se torna possível.
