Conta o Sírio Sisto, grande amigo do Mané da Perdigão, que numa das pescarias que o bom portuga realizou no Rio Teles Pires, lá nos confins do Mato Grosso, ele levou uma moderníssima câmera fotográfica. Isso aconteceu na década de 80.
Daquela vez, a turma do Mané – composta, entre outros, pelo Fernando da Antarctica, o Saulo Belúcio e os infalíveis Reizinho e Walter Silva – extrapolou na escolha do lugar.
O ponto escolhido demandava dois dias rodando pela mata fechada, com o caminhão e as duas caminhonetes andando apenas sete, oito quilômetros por hora, em picadas improvisadas.
Ao final da torturante viagem, o grupo chegou a um povoado com meia-dúzia de casas à beira do rio. Nada havia de moderno por ali – a comunidade vivia igual aos índios da era pré-irmãos Villas Boas.
Assim, foi natural que os habitantes ficassem fascinados por aquele aparelho desconhecido na mão do Mané – a tal máquina fotográfica.
Logo Mané fez amizades entre os nativos e se dispôs a fotografá-los, todos reunidos em frente a uma cerca de arame farpado. Porém, como pretendia aparecer na foto, Mané colocou a máquina sobre um toco, preparou o disparador automático e saiu correndo em direção ao grupo.
De repente, todos saíram em disparada, feito loucos, na direção oposta à da máquina, levando a cerca de arame farpado no peito, uma doideira geral!
Mané continuou correndo atrás da turma, gritando:
- Para! Para! O que aconteceu?
Foi quando um baixinho retardatário explicou:
- O sinhô, qui é dono do “bicho”, tá cum medo, imagina nóis!...