No dia 12 de julho do ano passado, uma cirurgia pioneira, realizada na Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis, chamou a atenção: o cirurgião cardiovascular João Carlos Ferreira Leal, integrante da equipe de Domingo Braile, da Beneficência Portuguesa de Rio Preto, corrigiu um defeito congênito de comunicação interatrial no coração de Antonio Ferreira do Prado, de 43 anos. A bem-sucedida cirurgia ganhou manchetes na imprensa local. Entretanto, procedimentos dessa natureza serão rotineiros daqui em diante, conforme garante o Dr. Luiz Antonio Gubolino, cardiologista Intervencionista do Instituto Avançado do Coração, o IACor. Gubolino integra o time de profissionais que atende no instituto, onde a tecnologia de ponta se destaca. Os equipamentos para cateterismos, angioplastias, flebofrafias, aortografias, eletrocardiogramas, ecodopplers e uma série de outros exames representam o que há de mais moderno no país. Gubolino não vacila ao afirmar que, hoje, Fernandópolis se nivela aos grandes centros na área cardiológica, como você verá nesta entrevista.
CIDADÃO: O que o IACor representa hoje para a região de Fernandópolis, em termos de avanço no combate às moléstias cardíacas?
GUBOLINO: O Instituto Avançado do Coração, o IACor, significa a melhor alternativa em atendimento cardiovascular de toda região do alto noroeste paulista, pois consegue agregar num mesmo ambiente todos os tipos de exames de diagnósticos invasivos e não-invasivos da área, uma vez que possui equipamentos de alta tecnologia em todos os segmentos para a avaliação cardiovascular. A estrutura existente não perde em nada para os maiores centros do país. Como exemplo, cito o aparelho de cateterismo cardíaco, que é o mais atual disponível no Brasil, com capacidade de reconstituição das imagens angiográficas em 3D, disponível em poucos centros. Além, é claro, de contar com equipe altamente especializada e de referência nacional nesse segmento.
CIDADÃO: Em meados de 2011, o Dr, João Carlos Leal, da Beneficência Portuguesa de Rio Preto, realizou uma cirurgia cardíaca considerada pioneira na Santa Casa de Fernandópolis. Esse tipo de conduta deve se tornar rotineiro, no futuro?
GUBOLINO: Sim, o serviço já está disponível para a população, somente dependemos de credenciamento do SUS para que tenhamos uma assistência mais abrangente à toda população. Entretanto, pelos convênios já firmados pela instituição, as cirurgias já podem ser realizadas de forma rotineira e com toda a segurança.
CIDADÃO: Como vai a busca de credenciamento do IACor junto ao SUS?
GUBOLINO: Essa questão é, acima de tudo, de natureza política, pois todas as credenciais técnicas necessárias, a instituição delas já dispõe, inclusive, em condições melhores que muitos centros em funcionamento no país. Não vejo motivo técnico que possa impedir o credenciamento. Com apoio, boa vontade política, incentivo e cobrança da população, o credenciamento pode acontecer em curto espaço de tempo. É o que nós esperamos.
CIDADÃO: O IACor desenvolve algum tipo de trabalho no sentido da prevenção? De um modo geral, a conduta alimentar e comportamental do brasileiro favorece à instalação de moléstias do coração?
GUBOLINO: Veja bem, o trabalho de prevenção deve ser um conjunto de ações que agregue vários segmentos da população, dentre eles o Instituto Avançado do Coração. Nossa proposta é que, junto com o serviço de atendimento ambulatorial, você possa desenvolver um programa de orientação dos pacientes e também de toda a população. Além disto, o Iacor pode ser um catalisador na sociedade, agregando vários segmentos no fomento à prevenção das doenças cardiovasculares. Esta será, não tenha dúvida. a proposta do Iacor no seu papel comunitário.
CIDADÃO: O instituto tem parcerias com convênios médicos?
GUBOLINO: O Instituto tem credenciamento com vários convênios, entretanto, podemos classificar como parceiros aqueles convênios que, além da prestação de serviços, tem um relação de comprometimento, apoio, incentivo constante. Neste aspecto o grande parceiro do Iacor é a Unimed de Fernandópolis, que ao lado da Santa Casa de Misericórdia, não mediu esforços no apoio, incentivo e envolvimento para o desenvolvimento, manutenção e crescimento do Iacor.
CIDADÃO: Do ponto de vista educacional, haverá alguma parceria com as instituições de ensino, uma vez que Fernandópolis conta com faculdades de Medicina e Enfermagem, entre outras?
GUBOLINO: O Iacor é uma instituição que tem na sua essência a realização do diagnóstico e tratamento das patologias cardiovasculares, desde as mais simples às mais complexas. Dessa forma, tem no seu conceito, ser uma instituição diferenciada no atendimento dessas doenças, tornando-se assim, um centro de referência. Portanto, não só a instituição tem o interesse na relação com as instituições de ensino local, como acima de tudo, está à inteira disposição destas para o desenvolvimento compartilhado de treinamento e aprimoramento dos novos profissionais da saúde. Gostaríamos muito que estes novos profissionais tivessem no Iacor a grande oportunidade de aprendizado reservado a poucos centros de ensino no país. Mas para isso, precisa haver um entendimento entre as partes envolvidas para que o processo transcorra da forma mais produtiva possível, em que os grandes beneficiados sejam sempre o paciente, o aluno e a população.
