Prefeitura só trabalha sob pressão

20 de Agosto de 2025

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Prefeitura só trabalha sob pressão
 Os últimos acontecimentos na cidade provaram que a atual administração de Fernandópolis só trabalha sob pressão. Obras que estavam paralisadas há meses só voltaram a funcionar após pressão pública e da imprensa.
 “Uma cidade parada no tempo”. Foi esse o titulo de uma matéria publicada por CIDADÂO, que mostrava a paralisação da maioria das obras iniciadas na cidade. Após a publicação dessa reportagem, da veiculação do mesmo assunto na TV Record e da revolta manifestada pela população em praticamente todos os bairros da cidade, a prefeitura resolveu trabalhar.
 Das cinco obras citadas na matéria “Uma cidade parada no tempo”, duas voltaram a funcionar.
UBS “ANTONIO SANTILIO”
 A UBS “Antonio Santilio”, na Cohab Antonio Brandini, cujas obras estavam paralisadas havia mais de cinco meses, teve as obras reiniciadas. A passo de tartaruga, mas recomeçaram.
 Um dos três funcionários da empreiteira responsável que estavam na obra na quinta-feira, 19, afirmou que os trabalhos foram retomados na segunda-feira, 16. Mas o mesmo funcionário afirmou que, do jeito que vai, a obra não ficará pronta até o final do ano.
 Na foto à esquerda, que foi tirada por nossa reportagem no dia 4 de janeiro, a obra que já recebeu mais de R$ 500 mil do Governo Federal, segundo o portal da transparência, estava completamente abandonada, tomada pelo mato e servindo apenas de abrigo para usuários de droga.
ACADEMIA A CÉU ABERTO
 A construção da Super Academia a Céu Aberto, lançada pela prefeitura em julho de 2010, continua da mesma forma. Quem passa pela Avenida Augusto Cavalin, avista apenas algumas estruturas de concreto, totalmente encobertas pelo mato.
 A obra seria realizada em três etapas – na verdade já recebeu do Governo Federal mais de R$ 950 mil e não apenas R$ 70 mil como foi citado. A informação está disponível no portal da transparência do Governo Federal.  
 O projeto consiste de um complexo de lazer e entretenimento gratuito à população. A Super Academia, de acordo com o projeto, terá aparelhos modernos de aço inoxidável, que não enferrujam com a exposição ao sol e à chuva. Já a data em que esse projeto sairá do papel para tomar suas formas reais é incerta.
 Em julho de 2010 o prefeito Vilar garantiu, através de sua assessoria de imprensa, que outras cinco academias do gênero seriam construídas nos bairros, “para que as pessoas tenham onde se reunir com os amigos e familiares nos finais de semana e feriados”, mas até o momento nem a primeira começou a tomar forma.
CEMEI PRÓ-INFÂNCIA
 Após a promessa de pagamento das dívidas, a empreiteira Faben Construtora e Engenharia Ltda, retomou as obras da creche na manhã de segunda-feira, 16. A empreiteira havia abandonado a obra no dia 21 de novembro, após ficar mais de 100 dias sem receber.
 A creche que está sendo construída na Avenida da Saudade, em uma área da prefeitura em frente ao Cemitério da Consolação, atenderá crianças de 21 bairros na região do Planalto e Nova Canaã, mas segundo funcionários da própria empreiteira, a creche não ficará pronta a tempo do início do ano letivo.
 A dívida já ultrapassa os R$ 500 mil. Em novembro, a empreiteira já havia concluído mais de 80% da obra, se a prefeitura tivesse cumprido com seus honorários, hoje as mães de mais de 21 bairros da cidade teriam onde deixar seus filhos.
 Mais de 140 crianças já estavam inscritas na creche, que tem capacidade para 350 alunos. A escola atenderia no matutino, vespertino e noturno até as 22h.
  A obra lançada no inicio de 2010 possui 1.700m² de área construída com 56 cômodos divididos em: administração, serviços, refeitório, sala de leitura, sanitários, fraldário, pátio, anfiteatro, laboratório de informática, parque, espaço para as salas de berçário, jardins e pré-escola, estacionamento.
 Orçada em R$ 1,5 milhão, a obra tem o custo dividido entre prefeitura (R$ 558 mil) e o FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – que entra com R$ 942 mil.
PROLONGAMENTO DA RAUL GONÇALVES JUNIOR
 O prolongamento da Avenida Raul Gonçalves, também continua na mesma situação. Até o fechamento dessa edição não havia movimentação alguma na obra que só na primeira etapa irá custar aos cofres públicos cerca de R$ 1 milhão. A obra permitirá a ligação da Rua Rio de Janeiro à Avenida Luiz Brambatti.
 No projeto, a obra completa da nova Avenida Raul Gonçalves Junior terá 1 km de galerias para a canalização de águas pluviais, 35.000m² de pavimentação asfáltica, além de 1,4 mil metros lineares de rede elétrica para iluminação pública e recuperação paisagística e urbanística.
 Porém, até agora, apenas tubos de concreto são vistos na obra, que já está marcada pelas paralisações e retomadas de serviço.
 O projeto do prolongamento surgiu a partir da renovação do contrato da Sabesp com o município. Nessa renovação, a empresa destinou R$ 9,5 milhões para obras de infra-estrutura nas avenidas Raul Gonçalves e Getúlio Vargas.
 No entanto, desde então, apenas a Getúlio Vargas foi entregue (incompleta). Estima-se que todo o recurso da Sabesp tenha sido utilizado na Getúlio ou destinado a outros fins, e que, sem esse dinheiro, a Prefeitura não possua recursos para investir na Raul Gonçalves.
GETÚLIO VARGAS
 Na Avenida Getúlio Vargas, que foi inaugurada inacabada em 28 de outubro, numa atitude desesperada de marketing político da atual administração, que passava por sua pior crise de rejeição, as obras de acabamento da avenida parecem ter sido esquecidas.
 A avenida ainda não tem calçadas (estas, do lado direito, no sentido centro-bairro, competem à prefeitura) e as rampas de acessibilidade, que estavam no projeto sequer começaram a ser feitas.
ABANDONO
 Além das obras paralisadas, outro tema que gerava polêmica entre a população fernandopolense era o abandono do bairro Hilda Helena. O Itaquerão e o terreno de frente a ele traziam uma série de transtornos aos moradores daquele bairro.
 Após a publicação no CIDADÂO, a veiculação na rede Record e a coragem de alguns moradores que denunciaram o fato e buscaram solução, o buraco finalmente foi tapado e o terreno em frente, pela primeira vez, recebeu a visita dos maquinários da prefeitura.
 Resta a dúvida: Será que o prefeito realmente se importa com a manifestação pública? Ou será que ele só voltou a trabalhar por se tratar de ano eleitoral?