Temporais facilitam o surgimento da leptospirose

20 de Agosto de 2025

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Temporais facilitam o surgimento da leptospirose
 Os temporais que têm atingido a região ultimamente podem trazer um mal ainda pouco conhecido, mas muito perigoso: a leptospirose, doença transmitida por uma bactéria chamada leptospira.
 A doença é uma zoonose, ou seja, ela é transmitida de um animal para o homem. Em sua maioria, ela é contraída quando há contato direto do ser humano com água contaminada pela urina de ratos.
 Segundo o médico infectologista Marcio Gaggini, os ratos são os principais agentes responsáveis pela infecção dos seres humanos, mas além dos roedores, os animais caninos, bovinos e suínos também podem transportar a bactéria.
 “A leptospirose é uma zoonose verdadeira, sendo o rato seu principal reservatório, mas não o único. Ele é capaz de eliminar a bactéria pela sua urina por toda a vida. A transmissão para o homem pode ocorrer por contato direto com sangue, tecidos, órgãos e urina de animais infectados, ou de forma indireta, por contato com solo ou água contaminada pela urina do animal”, explica o médico.
 Por isso, essa doença faz ainda mais vítimas durante o verão, em razão das enchentes e intensos temporais ocorridos nesta época, quando as águas de rios, bueiros e da rede de esgoto transbordam, as chances de uma epidemia da leptospirose aumentam consideravelmente, visto que é grande a probabilidade desta água estar contaminada com a urina dos roedores.
 Ainda segundo Gaggini, algumas profissões apresentam maior risco de contaminação, como os trabalhadores de abatedouros, estivadores, peixeiros, lavradores, criadores de animais, veterinários, mineradores, lixeiros e trabalhadores da rede de esgoto.
 A doença pode apresentar uma grande variedade de sintomas nos seres humanos, que variam desde sintomas leves semelhantes a quadro gripal, até formas graves que apresentam sangramentos, insuficiência renal e icterícia (pele e mucosa amareladas).
 Nos casos graves a doença pode levar a morte se não tratada corretamente. Nos casos de cura são poucas as seqüelas, sendo as principais relacionadas ao trato renal.
 No Brasil ainda não há vacinas disponíveis para o ser humano, porém já existem vacinas utilizadas em algumas regiões do mundo. Como a vacina ainda não chegou ao Brasil, a prevenção é a melhor maneira de evitar a infecção. Desse modo, o infectologista faz algumas recomendações:
- Campanhas educacionais ensinando a forma de transmissão;
-Controle de roedores;
-Medidas de saneamento;
Medidas que controlem as conseqüências das chuvas;
-Imunização de animais domésticos;
- Não jogue lixo em córregos e terrenos baldios