Uma chama de esperança que pode aumentar. Por que não?

20 de Agosto de 2025

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Uma chama de esperança que pode aumentar. Por que não?

 

 O Brasil começa o ano, do dragão, exatamente da maneira como terminou o anterior, do coelho. No cenário político, encerrou com queda de mais um ministro (Carlos Lupi, do Trabalho - ainda não substituído) por denúncias de irregularidades, e outro sob ameaça (Mário Negromonte, das Cidades), e inicia este com mais um (Fernando Bezerra, da Integração Nacional) na mesma situação.
 No quesito tragédias naturais, pelas inundações, desmoronamentos, etc. provocados pelas chuvas e, dessa vez, acrescido pelo rompimento de diques (RJ), mas com as desculpas esfarrapadas de sempre das autoridades responsáveis; na Educação, com falhas, erros e vazamentos das questões do ENEM e, agora, com as revisões de provas que acabaram por revelar as formas como são analisadas por seus examinadores.
 No Esporte, com fracassos em alguns esportes coletivos e fechando com a vergonhosa, porém, didática (?) derrota do Santos para o Barcelona e já iniciando o novo ano com participação pífia na premiação aos melhores do mundo de futebol pela FIFA; e, por aí afora.
 Comigo não está sendo diferente sobre o que penso do panorama nacional: insatisfeito pelo que findou e sem muita expectativa pelo que se inicia. Não se trata de pessimismo. Pelo contrário, porque, apesar de tudo, todo final de ano sinto dentro de mim uma pequenina chama de esperança, daquelas do tipo: “sou brasileeeiro... com muito orguuulho...” Ops! Explico: É que para mim, acredite, este país tem jeito sim... desde que haja mudança na postura dos brasileiros - e sinto que isso está ocorrendo aos poucos.
 A razão, acredite novamente, vem da globalização! Pois é, antigamente, apenas uma minoria de brasileiros tinha conhecimento de outros sistemas de governo, outras atitudes cidadãs, formas de engajamentos eficientes, etc. Hoje, apenas para citar algo “quase instantâneo”, até acompanhamos as celebrações dos réveillons, “minuto a minuto”, dos países conforme vão chegando seus momentos em tempo real!
 Por isso soubemos, quase que de imediato, das manifestações populares que levaram ao que chamam de “Primavera árabe”, ou da tragédia do terremoto seguido de tsunami no Japão. Em compensação, testemunhamos também as conseqüências, boas ou más. Mas é onde queria chegar.
 Há muitos outros exemplos, mas o espaço é pequeno. Fiquemos nesses dois: da “Primavera”, vimos ditadores serem derrubados após longos períodos no poder; do Japão vimos a extraordinária capacidade de recuperação daquele povo. Ou seja, estamos realizando intercâmbios culturais em tempo real, imediatos, sem a necessidade de nos deslocarmos e ao fazê-lo, sinto que algo disso tudo haverá de restar em nós, de nos fazer refletir e que ajudará a mudar nossas posturas de alguma forma. Não sei a que velocidade, mas é a razão daquela chama persistir acesa dentro de mim.
 Se bem que também não sou ingênuo. No ano que vem, ainda estaremos insatisfeitos com os acontecimentos do ano e duvidosos das possibilidades do ano seguinte, mas, desconfio que essa chama já estará um pouquinho maior. Né, não?