Ademir promete time forte para 2012

20 de Agosto de 2025

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Ademir promete time forte para 2012
 Ademir de Jesus Almeida começou a todo vapor seu segundo ano de mandato como presidente do Fernandópolis Futebol Clube. Estribado no belo campeonato realizado no ano passado, o presidente de 58 anos, casado com Adriana e pai de Eliza, 7, a mascotinha do Fefecê, convoca a torcida e o empresariado para apoiar o time no campeonato da 2ª Divisão deste ano. A experiência ensinou a Ademir que um clube de futebol tem que mandar com as próprias pernas, ainda que represente e divulgue sua cidade. Assim, ele busca a independência do poder público, através de campanhas de sócios, anúncios publicitários e outras formas de arrecadação. Em 2012, o presidente espera melhor sorte no campeonato, quando o detalhe, apenas o detalhe – esse imponderável onipresente no futebol – impediu o acesso do Fefecê à A-3 do Paulistão.    
CIDADÃO: Ano novo, vida nova. Quais são os planos iniciais para 2012?
ADEMIR: Em primeiro lugar, vamos fazer hoje (quinta-feira) à noite uma reunião com toda a diretoria e deliberaremos sobre questões importantes, como a contratação da nova comissão técnica. Estamos escolhendo a dedo, já fizemos alguns contatos. Creio que até dia 15 (amanhã) teremos a comissão técnica montada.
CIDADÃO: Qual foi a grande conquista do Fefecê em 2011? 
ADEMIR: Acredito que foi a credibilidade readquirida, a volta do torcedor ao estádio, o respeito pelo clube. Hoje, por onde ando na cidade ouço a pergunta: “Como é, e este ano?” E, em seguida, a afirmação: “Olha, estamos firmes com você!”. Percebe-se que permaneceu o entusiasmo do ano passado. Você se lembra, claro, que todo mundo achava que o Fernandópolis iria subir, até a própria Federação pensava assim. Até hoje os homens da FPF não entendem o que aconteceu. No final do ano, os dirigentes me ligaram para dar as felicitações de praxe e depois rolou a pergunta: “Por que vocês não subiram?”. Então, a coisa mais importante que ficou do ano passado, foi esse resgate do torcedor. Conseguimos levá-lo de volta ao estádio, o que inclusive dá sentido ao trabalho, porque afinal o time é da torcida. Essa credibilidade readquirida é muito importante.
CIDADÃO: Como você vê o retorno das mulheres e crianças ao “Cláudio Rodante”?
ADEMIR: Foi ótimo, e tenha certeza de que isso vai continuar assim. Foi uma ideia que tivemos, de trazer a mulher, a família ao estádio. Não cobramos ingresso da mulher, e assim era comum que elas dissessem ao marido: “Vamos assistir ao jogo?”. Acabavam indo, comiam pipoca, se divertiam. Isso faz com que o estádio fique mais bonito, mais alegre. No ano passado, quase não vimos mau comportamento, com torcedores xingando, etc. Não houve brigas. As pessoas, no ano passado, foram ao estádio para ver o jogo, se divertir e torcer pelo time da cidade.
CIDADÃO: O José Carlos Soares continua como diretor de futebol?
ADEMIR: Deve continuar. Por enquanto ele está liberado para resolver uns problemas da empresa dele, mas continua conosco. Temos também que analisar alguns detalhes com os patrocinadores, e o Soares é peça importante nisso. Tudo isso com o pé no chão, sem fazer loucuras. Todo mundo da diretoria do ano passado estará conosco em 2012.      
CIDADÃO: Com relação ao time: você pensa em aproveitar alguém que jogou no ano passado? E as categorias de base?
ADEMIR: Você sabe que essa 2ª divisão tem um fator complicador que é a impossibilidade de ter mais do que três jogadores acima dos 23 anos. Do time de 2011, quase todo mundo “estourou” a idade. Por enquanto, é nosso pensamento aproveitar três ou quatro atletas que atuaram no ano passado, todos abaixo de 23 anos, com exceção do Michel, que terá 24, mas que interessa ao time por ser, além de bom jogador, um homem de caráter, um líder positivo e um “coringa”, porque em qualquer posição que for escalado, ele joga e bem. Também queremos o goleiro Alex, já fizemos contato. Ele só está aguardando a nossa ligação. É o mesmo caso do (volante) Jackson. Esses dois atletas farão 23 anos somente este ano, portanto terão plenas condições de jogo. De resto, trabalharemos com gente nova. Só que serão jogadores escolhidos criteriosamente, não gostamos de fazer testes. Queremos contratar jogadores em quem confiemos para resolver o problema da sua respectiva posição. Não podemos errar, embora em um ou dois casos a gente sempre acaba errando.     
CIDADÃO: O que aconteceu no ano passado, quando em certo momento do campeonato o time deixou de render?
ADEMIR: Acho que a saída do João Paulo deixou muita responsabilidade nas costas dos nossos atacantes. Com todo respeito, o Tiziu e o Itamar são jogadores de “fazer fumaça”, mas não de fazer muitos gols. Isso, até por causa das características deles. A partir do jogo com o Guaçuano em Mogi Guaçu, faltou aquele homem de frente, que chama a responsabilidade: “Joga a bola pra mim que eu resolvo!”. Você deve se recordar que, depois que o Ailton entrou no time, naquele memorável jogo em Olímpia, o Fefecê se encontrou e foi bem até a saída do João Paulo. A partir daí, o time ainda conseguia jogar até umas 40 jardas do gol adversário; a partir dali, não ia bem, porque perdeu a referência no ataque.
CIDADÃO: Como vão as negociações em relação a patrocínios, verbas e os contatos com a administração municipal?
ADEMIR: Primeiro, faremos a reunião da diretoria para ver o que podemos acertar aqui, com nossos empresários. A ideia é andar com as próprias pernas, e só pedir socorro não à prefeitura, mas ao prefeito Luiz Vilar. No ano passado, fizemos um trabalho junto às empresas e conseguimos bons resultados. Nosso meta é apenas perguntar ao prefeito: “Como o senhor pode nos ajudar?”. Há empresários que são ligados a ele, e por isso ele tem como nos apoiar. Não podemos é chegar lá e perguntar: “Seu Luiz, como o senhor vai ajudar o time?” Claro que ele vai retrucar: “O que foi que a diretoria conseguiu?” Então, a diretoria tem mesmo que andar. Na terça-feira, estarei em São Paulo para fazer contatos com uma empresa muito forte, e que tem interesse em patrocinar uma equipe da 2ª Divisão. Temos contatos já em andamento com a Poty, que fabrica refrigerantes, enfim, estamos caminhando.
CIDADÃO: No que consiste o plano “Sócio-torcedor”?
ADEMIR: Entendemos que, se a diretoria tem um número “X” de associados, que pagam mensalmente, ela terá uma renda garantida e poderá se organizar com base nesse orçamento. Claro que se a equipe não for bem, o sócio para de pagar. Por isso, não adianta montar uma equipe fraca. Se você tem um time como o do ano passado, por exemplo, o torcedor faz questão de colaborar. Notamos que a procura tem sido muito grande. O torcedor que adquirir o carnet agora pagará R$ 30 em fevereiro e março, que são meses sem jogos – mas esse pagamento garantirá o recebimento da camisa de sócio-torcedor, oficial. A partir de abril, quando começam os jogos, ele pagará mensalmente R$ 20, tendo direito a ingressos para todos os jogos em casa. Os carnês podem ser adquiridos no Estádio Municipal, na Poly Sport e na Farmácia Drogacity, com o “Bozó”.
CIDADÃO: Como está a situação do Fefecê com a Federação Paulista?
ADEMIR: Tudoem ordem, já pagamos até a parcela da CBF, que vence em janeiro. Sobre o estádio, já foram encaminhados todos os laudos, está tudo bem. Nosso relacionamento político, digamos assim, também é bom. Ganhamos o respeito dos “homens fortes” da FPF quando recolhemos, em todos os jogos em casa, a percentagem correta da arrecadação. Isso conta pontos. Enfim, nossa meta para 2012 é montar uma equipe vencedora, em condições de disputar o acesso. Para isso, porém, precisaremos de muito apoio do torcedor de Fernandópolis.