Robson Ricci, da TV Record, não aceitou justificativa do prefeito para atraso em obras que consumiram R$ 469 mil
O apresentador Robson Ricci, do programa Balanço Geral, da TV Record, rasgou em frente às câmeras a resposta enviada pela assessoria de Comunicação da administração do prefeito de Fernandópolis, Luiz Vilar de Siqueira, sobre a demora das obras de ampliação da UBS “Antonio Santilio”, na Cohab Antonio Brandini.
Ricci estava no ar na segunda-feira, 2, no momento em que rasgou a nota, a qual atribuía a paralisação das obras ao fato de que “a empresa encarregada só percebeu depois de iniciado o trabalho que o prédio não tinha estrutura boa” e que, por isso, algumas partes seriam demolidas. Para isso, a prefeitura iria aguardar novas verbas governamentais, segundo o comunicado.
“Não aceito essa resposta”, bradou Ricci. “O cidadão que paga impostos não merece isso. O dinheiro é do povo, estão brincando com a população. Se fez promessa, tem que cumprir”, completou.
MORADORES
A reportagem da Record ouviu alguns moradores da Cohab que se sentem prejudicados pelo atraso. Para Emerson Vieira Oliveira, “é um absurdo, porque essa obra já foi paralisada três vezes em menos de um ano”. Oliveira criticou o Departamento de Obras da Prefeitura.
Já o ex-vereador Lourival Vieira Lopes, que também mora do bairro, disse que “o prefeito não cumpre o que promete” e que “se a Câmara de Vereadores tivesse mais respeito pela população e fiscalizasse de verdade, em vez de só receber os salários no final do mês, isso não aconteceria”.
Em agosto de 2011, CIDADÃO publicou uma matéria com o titulo:Obras da UBS da Cohab estão paradas há mais de 20 dias. Na ocasião a Prefeitura, através de comunicado, informou que as obras retornariam na semana seguinte, o que não aconteceu.
Esse posto de saúde beneficia cerca de mil famílias das Cohabs “Antonio Brandini” e “João Pimenta”, além da Vila Ubirajara e adjacências.
Realizada através de convênio entre o governo federal e a prefeitura de Fernandópolis, a obra tem previsão de custo de cerca de R$ 469 mil. Iniciada em 21 de junho, o término estava previsto para o dia 27 de dezembro de 2011, mas o ano acabou, começou 2012 e as obras continuam paralisadas.
Em entrevista à equipe de reportagem do CIDADÃO em agosto de 2011, o comerciante e ex-vereador Francisco Arouca Poço, o “Chico Arouca”, afirmou que procurou o empreiteiro e recebeu a informação de que a suspensão das atividades decorreu do não-recebimento da primeira parcela do pagamento.
“Ele (o empresário) me garantiu que já investiu do próprio bolso R$ 150 mil nessa obra”, disse Chico Arouca. Na opinião do ex-vereador, o empreiteiro preferiu parar a arcar com prejuízo ainda maior.