Moradores continuam revoltados com “Itaquerão”

20 de Agosto de 2025

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Moradores continuam revoltados com “Itaquerão”
 Em novembro do ano passado, CIDADÃO publicou uma reportagem que mostrava a revolta dos moradores do Bairro Hilda Helena por causa de uma enorme cratera à margem da Avenida Professora Dasdores Maria Del Grossi. Antes dessa reportagem, CIDADÃO já havia feito outra matéria a respeito e até hoje nada foi feito pela Prefeitura, a “autora” do buraco.
 O apelido “Itaquerão” foi dado pela própria comunidade, e segundo os moradores, o local se tornou abrigo de usuários de drogas e de casais que aproveitam a escuridão para promover encontros amorosos.
 “Aqui, à noite, acontecem todos os tipos de atos libidinosos. Nós não podemos nem sair de casa à noite, porque além de usarem o buraco como “motel”, ele serve também como esconderijo para usuários de drogas. Não podemos deixar a casa sozinha porque se os viciados percebem, entram e roubam tudo para comprar droga”, disse o comerciante e morador do bairro Klinger Ferraz.   
 Além de abrigar viciados e casais durante a noite, o buraco também já serve de depósito de lixo. Pedaços de madeira, mato e até um pneu – potencial criadouro do mosquito da dengue - foi visto por nossa reportagem dentro da cratera.
 Klinger garantiu que já procurou a Prefeitura diversas vezes para solucionar o problema, mas até agora ninguém fez nada. “Fui à prefeitura várias vezes, não resolveu nada, fiz uma notificação, a Câmara de Vereadores também não fez nada, aliás eles nunca resolvem nada, é o de sempre”, destacou o morador.
 Para o comerciante, a cidade está abandonada. “Fernandópolis agora é ‘terra de ninguém’. Na época da política eles vêm, apertam a mão de todo mundo pedindo voto, depois que acaba a campanha e eles ganham, se esquecem por onde passaram pedindo votos e ficam apenas por fins próprios, a população que se vire”, esbravejou o morador revoltado.
PROBLEMA EM FRENTE
 O “Itaquerão” não é o único problema do bairro. Bem de frente ao buraco existe um terreno abandonado, pertencente à prefeitura, que também está sendo usado para o consumo de drogas.
 Esse terreno estava há mais de 20 anos sob posse mansa e pacifica do empresário Antonio Carlos Catelani, segundo seu advogado, Welson Olegário, até que a prefeitura entrou com uma ação de reintegração de posse contra o empresário. A administração obteve uma liminar e Catelani teve que deixar o imóvel. “Porém, ainda não houve julgamento do mérito”, explicou Olegário. 
 Com a saída de Catelani, a área de mais de 15 mil m2 foi abandonada. Um local que aparenta ter sido belo agora está completamente destruído. Quiosques e um antigo vestiário foram depredados e saqueados, pias, vasos sanitários e portas foram arrancados e o que sobrou da construção agora está sendo subutilizado por usuários de drogas e traficantes.
 “Quem cuidava dessa chácara aqui era o Catelani, a prefeitura desapropriou, tomou posse e tirou o homem que cuidava dali havia mais de 20 anos, ele saiu quase infartado, para deixar tudo abandonado. Agora a chácara serve apenas como ponto de droga. Tem entulho jogado por toda parte, as portas pias e vasos sanitários foram todos roubados, é uma vergonha”, afirmou Klinger.
RESPOSTA DA PREFEITURA
 Em agosto de 2011 nossa redação entrou em contato com a prefeitura através de sua assessoria de comunicação, que informou que no caso do “Itaquerão”, a empreiteira Demop foi autorizada a retirar terra do local para o término das obras da Avenida Getúlio Vargas e que naquele terreno seria construída uma creche em 2012.
 No entanto as obras da avenida já foram concluídas e caminhões da prefeitura continuam a retirar terra do local. Embora 2012 já tenha começado, até o momento nenhum processo licitatório foi aberto para construção de creche na cidade – aliás, a única creche que estava sendo construída na cidade (em frente ao Cemitério da Consolação) está com as obras paradas por falta de pagamento.
 Já em relação ao terreno que era usado por Catelani, na mesma data a assessoria apenas informou que a venda do imóvel foi autorizada pela Câmara.
 Até o momento não há noticias de interessados na compra do terreno, que continua abandonado.