Um projeto, que ainda não é lei, prevê a aposentadoria das sacolas plásticas no Estado até janeiro de 2012. Por enquanto, os estabelecimentos que não abolirem o uso das sacolas não poderão ser multados, mas um termo de cooperação assinado entre o governo paulista e representantes da Apas - Associação Paulista de Supermercados - pretende pôr fim à distribuição gratuita de sacolinhas nos supermercados.
A partir de janeiro os supermercados deixarão de fornecer as sacolas à base de petróleo e vão vender as reutilizáveis por R$ 1,99 e as oxibiodegradáveis, por R$ 0,19 cada.
Com o objetivo de estimular o consumidor para a substituição das sacolas plásticas descartáveis pelas reutilizáveis, a Apas lançou na região a campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”. Segundo a associação, se os 95 municípios da região – entre eles Fernandópolis - adotarem a campanha, 1,1 bilhão de sacolas deixarão de ser jogadas no lixo por ano.
Para o secretário de Meio Ambiente e coordenador do curso de engenharia ambiental da FEF Angelo Veiga, essa é uma atitude que já devia ter sido tomada há muito tempo.
“Este ano eu fui visitar a Alemanha para ver como que eles tratavam seus resíduos sólidos e pude perceber que eles estão muito adiantados em relação ao nosso país. Lá todo mundo já utiliza sacolas de tecidos e os supermercados vendem as sacolas plásticas para de certa forma forçar os clientes a levarem sacolas de casa. Isso já deveria estar funcionando no Brasil há muito tempo”, disse Veiga
Ainda segundo ele, infelizmente a população só aprende quando se começa a mexer no bolso.
“Vamos utilizar o exemplo do cinto de segurança. Todos já sabiam da importância do uso de cinto de segurança, mas ninguém usava. No inicio foram feitas diversas campanhas de conscientização, mas a população só começou a respeitar quando foi implantada a multa para quem não usasse o cinto de segurança. Depois disso, hoje a gente já entra no carro e coloca o cinto”, destacou o secretário.
Até agora segundo a Apas, a mobilização tem a participação de 120 supermercados de 33 cidades da região. Esses estabelecimentos atendem cerca de 1 milhão de consumidores, o que significa que, a partir de 1º de janeiro do ano que vem, deixarão de ser despejadas no meio ambiente apenas dessas 33 cidades em torno de 60 milhões de sacolas por mês.
SAKASHITA
Em Fernandópolis, o Sakashita Supermercados aderiu e pretende implantar aos poucos em sua rede essa campanha ecológica. “Se a gente não pensar no futuro não tem como vivermos o presente. Esse é um trabalho de todos, temos que lutar para mudar a realidade do planeta”, afirmou o diretor comercial da rede, Nilton Fabiano Sarambele.
Ainda segundo Nilton, primeiramente será feito um trabalho de conscientização junto ao cliente.
“Primeiro será feito um trabalho de conscientização, para que o próprio cliente abdique do uso das sacolas plásticas. Já está sendo feito um levantamento pelo nosso departamento de compras para avaliar o custo das sacolas retornáveis, a qualidade e o material, para que possamos colocá-las à venda aos nossos clientes. Tudo será feito de forma que não prejudique os clientes, ao mesmo tempo em que lutamos para salvar o planeta”, concluiu o diretor.
De acordo com a Secretaria do Estado de Meio Ambiente, a sacolinha descartável à base de petróleo leva de 100 a 300 anos para se decompor. Já a sacola biodegradável é feita de material renovável (amido de milho, mandioca, batata) e se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem e em dois anos em aterro. As embalagens oxibiodegradáveis, por sua vez, se degradam em cerca de 18 meses com a ação de micro-organismos e agentes naturais.