Estava prevista para ontem à noite a inauguração da nova Avenida Getulio Vargas, uma das obras mais polêmicas da história do município.
Há anos a erosão e as chuvas destruíram a avenida, transformando-a numa enorme cratera. Em 2007 e 2008, o problema foi incluído no “pacote” de negociações com a Sabesp, que buscava renovar o contrato de prestação dos serviços de abastecimento de água em Fernandópolis.
Concluído o acordo, a Sabesp se comprometeu a liberar R$ 9,5 milhões para a reforma da Getulio Vargas e construção do prolongamento da Avenida Raul Gonçalves Junior. Entretanto, eram tempos da administração Ana Bim, e os governistas estaduais manobraram para que a verba não ficasse à disposição antes do final de 2008, quando terminaria o mandato da prefeita.
Quando assumiu (a prefeitura e os R$ 9,5 milhões), Luiz Vilar de Siqueira, do DEM, prometeu várias vezes tocar a obra, que nunca saía do papel. Depois, afirmou que os recursos eram “insuficientes”. Após muitas marchas e contramarchas, Vilar inaugura agora uma obra...que não terminou.
SEM CALÇADA
O ensaio fotográfico mostra que a avenida ainda não tem calçadas (que do lado direito, no sentido centro-bairro competem à prefeitura); só tem uma pequena parte de muros de arrimo; não foi construída a rampa de acesso à escola próxima; e falta terminar a construção dos gradis de proteção.
A pressa se justifica pelas pretensões políticas do prefeito. Porém, ele aparentemente meteu os pés pelas mãos, ao marcar a inauguração para a noite de um feriado (Dia do Funcionalismo Público) que poderia ter sido aproveitado pelos funcionários da prefeitura em viagens ou passeios. Afinal, até as pedras sabem que o funcionalismo é obrigado a comparecer a essas inaugurações, no beija-mão tradicional.
