O Natal de 2010 certamente não será esquecido por Ambrósio Aparecido Saturno Colnago. A festa cristã daquele ano se transformou no pior pesadelo do empresário, proprietário de uma empresa de decorações natalinas em Presidente Prudente.
Essa empresa, cujo nome de fantasia é “Natal de Luz Iluminações e Decorações Natalinas”, contratou com a prefeitura de Fernandópolis os serviços de decoração do centro da cidade.
Segundo o contrato, Ambrósio deveria terminar o serviço até 5 de dezembro e retirar o material após o dia 6 de janeiro. O empresário cumpriu os prazos. O valor total do contrato é de R$ 105 mil – 30% no ato da conclusão e 70% no momento da retirada da decoração.
Entre 8 e 9 de janeiro deste ano, Ambrósio retirou o material, mas não viu a cor do dinheiro. As desculpas se sucediam, assim como os telefonemas e as dispendiosas viagens entre Presidente Prudente e Fernandópolis.
Segundo Ambrósio, só em maio ele conseguiu receber uma parte da dívida: R$ 55 mil. Há dois meses, outros R$ 22 mil foram pagos. Restam, portanto, R$ 28 mil. O grande problema, segundo ele, é que é época de comprar material para o trabalho de final de ano. “Não tenho capital de giro. Contava com esse valor para fazer as compras. Eu e minha mulher estamos passando muitos apertos”, lamentou.
Angela, a mulher de Ambrósio, já perdeu a conta dos telefonemas e das viagens. Diz que a assessoria do prefeito até já os mandou “procurar seus direitos”.
Segundo Ambrósio, os dois assessores com quem normalmente tratavam nem os atendem mais. “Hoje (quarta-feira) fomos atendidos por um rapaz muito educado, o Sr. Humberto. Ele pareceu entender nosso drama, mas disse que nada poderia fazer porque não havia dinheiro”.
A prefeitura “estaria aguardando o leilão de alguns imóveis para fazer caixa”, de acordo com a explicação que Ambrósio teria recebido da assessoria. “Tentamos falar com o prefeito, mas parece que ele nunca está na cidade, segundo informam”, criticou.
O Natal de 2011 está chegando. Ambrósio e Angela ainda sonham receber o valor restante do contrato. Certeza mesmo, uma só: “Nunca mais trabalharemos em Fernandópolis – pelo menos, não com essa administração”, assegurou o empresário.