Confrontos & conflitos

20 de Agosto de 2025

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Confrontos & conflitos
 
  Dei o título acima a uma antologia de contos e crônicas que publiquei em 2005. Nela, tive a enorme satisfação de contar com dois depoimentos relevantes. Um foi na mensagem de apresentação do prof. Hubert Alquéres e, o outro, no Prefácio de Cláudio de Moura Castro, que tornou a fazê-lo na 2ª edição do livro Sonhos Que De Cá Segui (2009).
 Esse título surgiu naturalmente, não apenas porque estava presente em todos os textos, mas porque, analisando bem a fundo, foi uma constatação de que isso ocorria mesmo em nosso dia-a-dia, em todos os nossos atos.
 Daí porque, já na contracapa, discorri essa situação desde o momento em que acordamos... para sair da cama, daquele “quentinho”, por exemplo. Depois, para sair de casa... para trabalhar ou ir à escola; da opção de fazê-lo com carro próprio ou pelo transporte público, devido ao nosso trânsito; das obrigações e posturas no próprio local de trabalho; e, assim por diante.
 Por isso, me fizeram terminá-lo afirmando que “é o que encontrarão, o tempo todo, nos contos ou nas crônicas que compõem este livro”.
 Muito bem, mas porque essa introdução neste espaço reservado aos nossos conflit... (?), digo, confront... (?)... rsrs. Pois é, a razão se deveu a um caso recente que ocorreu no Rio de Janeiro, de um estudante de Direito que roubou um ônibus, vestido com uma roupa semelhante à usada pelos policiais do Bope, que rodou por cerca de 23 quilômetros em alta velocidade, passando por sinais vermelhos e batendo em 18 outros veículos até ser parado pela polícia e que me remeteu ao livro, nas observações do prof. Hubert a uma de minhas crônicas: “Quando criança, achava que padre não pecava, professor sabia de tudo, médico curava qualquer doença, policial não roubava, correio cuidava apenas de correspondências, padaria fazia apenas pão, barbeiro apenas barba e cabelo, etc. Até que, um dia, cresci”.
Mas, remeteu-me também ao trote violento a um estudante, praticado por um médico e outros dois estudantes de medicina que ocorreu em 1998, em Sorocaba, a ponto de achar que aquela minha frase citada por Hubert estava incompleta. Até porque, de lá para cá, não poucos, mas vários outros exemplos bem afins ocorreram. Daí, logo, veio-me à lembrança aquele sucesso do monumental compositor e cantor Ataulfo Alves, “Meus Tempos de Criança”. Quem não se lembra? E que encerrava com: “Eu era feliz e não sabia...”
Se bem que ficou apenas na minha lembrança porque sou mesmo adepto de que o passado, bom ou ruim, deve sempre ser considerado como um aprendizado e que devemos seguir à frente, mas respaldados nessas experiências.
Agora, que esses tipos de confrontos, em alguns momentos, nos levam a certos conflitos... Ah!... isso, levam. Né, não?