Versátil, Colombano se firma no grupo das jovens lideranças

20 de Agosto de 2025

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Versátil, Colombano se firma no grupo das jovens lideranças
Com seus 1,91 m, Renato Colombano raramente passa despercebido. Quando fala, idem: não dá para ficar indiferente às idéias claras e consistentes do jovem rebento de Sônia Regina Sabino Colombano e Oswaldo Soler Colombano. Comandante da Funerária Fernandópolis, ele participa intensamente das coisas da cidade. É um dos integrantes do grupo de empresários que auxilia o projeto “Os Sonhadores” e vice-presidente da Liga Fernandopolense de Futebol, a Lifefu. Presidiu o Fefecê em 2009, com bons resultados. Filiado ao PV, não esconde seu gosto pela política e a vontade de participar do processo eleitoral. Ainda jovem, já sofreu algumas rasteiras na política, o que “serviu de aprendizado”, na sua concepção. E que não se espere do palmeirense Renato um discurso político “pró-forma”, estandardizado: ele não tem o menor receio de pôr o dedo na ferida, quando o assunto envolve os interesses de Fernandópolis. 
CIDADÃO: O que significa esse convênio entre as funerárias de Fernandópolis e a prefeitura para a reforma e readequação do velório municipal?
RENATO: Primeiramente nós temos que levar em conta a qualidade que o velório apresenta hoje. Ele se encontra em mau estado de conservação e sabemos que a família que perde um ente querido tem que ter o mínimo de conforto nessa hora. Hoje, o velório não oferece esse conforto que os familiares merecem. Essa parceria entre prefeitura e empresas privadas, que no caso são as funerárias de Fernandópolis, visa à reestruturação do velório municipal, com a instalação de ar condicionado, introdução de melhorias como, por exemplo, banheiros adaptados para deficientes físicos e outras. A prefeitura e os empresários fizeram o acordo de que as empresas funerárias vão entrar com a mão de obra e a prefeitura ficará responsável pelo material utilizado na obra, inclusive o ar condicionado. O valor para as funerárias será de aproximadamente R$ 140 mil e o valor da prefeitura R$ 120 mil. Isso não é uma benfeitoria, não é para a prefeitura nem para as funerárias e sim para a população de Fernandópolis, que anda tão carente nos seus últimos anos. 
CIDADÃO: Hoje o velório conta com quatro salas. Na reforma, haverá aumento no número de salas?
RENATO: Não. O projeto não conta com o aumento de salas, somente a readaptação das que já existem.
CIDADÃO: A médio prazo, essas quatro salas serão suficientes para Fernandópolis?
RENATO: Creio que não. Hoje é o suficiente, mas daqui a 10 ou 15anos não será mais suficiente, então terá que haver uma nova readaptação de no mínimo duas novas salas.
CIDADÃO: O velório Municipal pertence ao município, mas quem administra?
RENATO: O próprio município, mas sempre contando com o bom senso das empresas funerárias. Às vezes a manutenção do velório fica por conta das funerárias e às vezes por conta da prefeitura. Veja por exemplo esse caso: a jardinagem fica por conta da prefeitura, já a limpeza por conta das funerárias, mas esses custos não são repassados para os familiares. Algumas cidades da região, como Votuporanga e São José do Rio Preto, cobram uma taxa por velório realizado; aqui não é cobrado absolutamente nada pelo uso do velório, independente da pessoa ter ou não plano funerário.
CIDADÃO: Você também é agropecuarista, e por força de um acidente que seu irmão sofreu no começo do ano, você teve que se dedicar um pouco mais aos negócios rurais da família. Como você se sentiu na condição de agropecuarista, você que sempre ficou mais na parte urbana?
RENATO: Eu sempre gostei da agropecuária, mas optei por administrar a empresa funerária. Acho que o trabalho e a vontade de trabalhar naquilo que você gosta, tanto na agropecuária quanto na funerária é indiferente. Acho que o trabalho do ser humano é sempre digno e edificante, independente da profissão. Para mim, tanto faz estar bem-vestido e no ar condicionado quanto empoeirado sobre um cavalo.
CIDADÃO: E nessa diversificação de negócios, você e mais alguns amigos resolveram montar uma boate. Como nasceu a Uni.Com?
RENATO: Eu vou ser sincero. Estava um dia na minha casa, quando recebi um telefonema do vereador Rogério Chamel, me dizendo que gostaria de conversar comigo, pois ele o cabeleireiro Cleber Jóia estavam com uma idéia. Então marcamos uma reunião e eles me passaram a idéia de montar uma boate em Fernandópolis, confesso que fiquei meio preocupado com aquele projeto, mas começamos a montar a boate. Então começamos a trabalhar o conceito de uma boate diferenciada dos segmentos que existem hoje em Fernandópolis e região, preferimos partir para uma boate que tem mais músicas eletrônicas. Deu certo. A inauguração aconteceu no último sábado, dia 27, com um bom público e isso nos deixou muito contentes, valeu a pena o investimento que fizemos. Nós somos seis sócios, assim cada um pode cuidar bem da sua profissão e da boate também. Além de sócios nós somos seis amigos, eu sempre digo que é muito melhor ter um bom amigo do que uma grande fortuna. Quero deixar bem claro que não pretendemos concorrer com ninguém, nós respeitamos muito o pessoal da casa de show que já existe em Fernandópolis, o Gutinho, que já tem seu público próprio e chegou aonde chegou por méritos próprios. O nosso público não é o sertanejo e sim o público da eletro music.
CIDADÃO: Você pertence ao um grupo de empresários que ajuda frequentemente o projeto “Sonhadores”. O que o atraiu nesse projeto?
RENATO: Primeiramente, o que mais atrai em um projeto social é a honestidade das pessoas envolvidas nele. Quando eu tive a oportunidade de conversar com o Marcos Vilela, que é presidente dos “Sonhadores”, fiquei muito emocionado de ver crianças que poderiam não ter uma oportunidade na vida. Poderiam ser crianças reféns do tráfico de drogas e da prostituição e que ali estão se ocupando mentalmente e fisicamente, para que esse mundo das drogas não ocupe tempo na vida dessas crianças. Então vi a necessidade de apoio muito grande na vida desse projeto e aonde vou, falo sobre o projeto “Sonhadores”. O doutor Evandro Pelarin foi uma pessoa que perante a sociedade mostrou esse projeto, mostrou que era um projeto e sério e hoje os “Sonhadores” está colhendo os frutos que plantou. O fruto da honestidade, da formação de caráter de uma pessoa, foram esses elementos que me levaram ao projeto “Sonhadores” e tenho na minha concepção que o “Sonhadores” é um dos projetos mais importantes da nossa região. Gostaria também de citar o trabalho importantíssimo que o fotógrafo Roberto Tsuzuki desenvolve com os “Sonhadores”, é uma pessoa que não mede esforços.
CIDADÃO: Você faz parte da nova geração de políticos de Fernandópolis, que sonha com mudanças para a cidade. Você tem sentido progresso na formação, na conscientização e na organização dessas forças jovens aqui na cidade?
RENATO: O que percebo é a imensa vontade dos jovens de participar da política, mas sinto certa resistência a isso da parte de quem está no poder. Os jovens, queiram os demais ou não, são o futuro – os políticos de hoje, amanhã não estarão mais nos postos que ocupam. O que o jovem tem que ter em mente é que precisa de preparo: saber o que é política, o que é Constituição, o que pode e o que não pode ser feito. Não concordo com o método do deputado Tiririca – entrar na política para depois saber do que se trata. A pessoa tem que estar preparada. Se você quer ser vereador, tem que saber o que é uma indicação, um requerimento, um projeto de Lei. Isso é o mínimo. Talvez falte algum tipo de orientação, não sei se seria na própria escola, que capacite a pessoa que chegará ao poder. É preciso trabalhar com humildade, respeitar as adversidades e saber que os cargos são passageiros: considero a rotatividade no poder como algo fundamental.