A professora aposentada Maria Luzia Barbeiro Camargo viveu um dilema nos últimos dez dias. A empresa Elektro esteve em sua residência para efetuar a poda das árvores da rua, pois os galhos estariam prejudicando a fiação da rede elétrica.
Serviço feito, os galhos cortados foram deixados na frente da casa da aposentada. Ao indagar ao funcionário da Elektro sobre a retirada dos galhos, ouviu que “a prefeitura será comunicada, ela é a responsável pela retirada”
Dias depois, os galhos permaneciam na rua. Maria Luzia procurou explicações no almoxarifado da prefeitura e foi informada de que, até então, a Elektro não havia feito o pedido de recolhimento.
A aposentada chegou a receber um aviso da prefeitura de que seria multada em R$ 173,91 caso ela não retirasse os galhos da rua. Indignada, Maria Luzia procurou a prefeitura e foi informada de que poderia desconsiderar o aviso. Mesmo assim, o caminhão da prefeitura não havia ido retirar os galhos. “Durante esses dias o meu trabalho foi ligar para a prefeitura. Tinha medo de que o pior acontecesse, e alguém colocasse fogo nos galhos secos”, explicou a aposentada.
O INCÊNDIO
O medo de Maria Luzia se concretizou: vândalos atearam fogo nos galhos na noite da última quarta-feira, 17. “Enquanto meu marido tentava apagar o fogo com a mangueira, eu tentava entrar em contato com o Corpo de Bombeiros. Liguei várias vezes no 193, mas o telefone só ficava mudo. Após várias tentativas e 15 minutos de espera, os bombeiros chegaram, mas o fogo já havia sido controlado. De má vontade, eles deram algumas leves esguichadas de água, e só depois que pedi reviraram os galhos para saber se ainda não restavam focos”, disse Maria Luzia.
PROTEÇÃO
Após todo esse episódio desagradável, a prefeitura tomou iniciativa e mandou o caminhão efetuar o recolhimento dos restos de galhos.
“Para a prefeitura efetuar o trabalho, tive que ligar no celular de um vereador para ver se assim a coisa andava”, disse Maria Luzia, que ainda contou que os funcionários da prefeitura que efetuaram o trabalho de recolhimento dos galhos não estavam usando equipamento de proteção. “Eu fiquei mais indignada ainda de ver a situação precária em que esses homens estão trabalhando. Fiz questão de perguntar por que eles estavam sem o equipamento e eles responderam que está em falta na prefeitura”