Para população, Farinazzo deixa exemplo de ética e honestidade

20 de Agosto de 2025

Compartilhe -

Para população, Farinazzo deixa exemplo de ética e honestidade
 O ex-prefeito Armando José Farinazzo, morto no último sábado, 13, em São Paulo, onde se submetia ao tratamento de vários problemas de saúde, era uma unanimidade em Fernandópolis quando se falava de ética, moral e respeito à coisa pública.
 No velório realizado no domingo, 14, centenas de amigos e populares levaram ao Palácio 22 de Maio seu respeito ao político, falecido aos 66 anos. Farinazzo nasceu em Potirendaba, em 3 de junho de 1945. Mudou-se ainda jovem para Fernandópolis. Além de prefeito, foi vereador, presidente da Câmara, professor, advogado, supervisor de ensino e o principal construtor do PSDB na região noroeste paulista.
 Era casado com Vanda Nazareth Farinazzo e pai de Graziela, Andres e Marcel. Deixa a neta Ingrid. Grande orador, Farinazzo se destacou na política municipal a partir de 1968, ano em que se elegeu vereador. Naquele mesmo ano, ele foi um dos principais articuladores da histórica 1ª Semana Universitária de Fernandópolis.
 Culto, era escritor bissexto. Seu texto mais célebre – uma crônica sobre Fernandópolis - data do Jubileu de Prata do município. Nele, Farinazzo retratou com talento e riqueza de detalhes coisas e personagens da cidade.
 Na convenção do PFL realizada em 1988 para definir o candidato do partido ás eleições municipais, Farinazzo se insurgiu contra o comando partidário que preferia promover coligação com o partido de Milton Leão. Afinal, Farinazzo era o nome natural do PFL, a “bola da vez” naquele momento.
 Não aceitou a imposição da cúpula – que lhe propôs ser vice de Leão na chapa e candidato a deputado estadual dali a dois anos - e se lançou pré-candidato. Perdeu a convenção por apenas um voto. Leão acabou eleito prefeito pela segunda vez.
 Em eleição realizada em 1994, acabou se tornando suplente de deputado estadual, com mais de 21 mil votos. Em 1996, ganhou a eleição para prefeito de Fernandópolis, sucedendo a Luiz Vilar. Nessa mesma ocasião, foi convocado para assumir uma cadeira na Assembléia Legislativa de São Paulo, mas se viu obrigado a renunciar, optando pela prefeitura. 
 Farinazzo assumiu a administração em 1º de janeiro de 1997, sendo o primeiro mandatário a administrar sob a égide da Lei de Responsabilidade Fiscal. Encontrou muitas dívidas e precatórios a pagar, o que tolheu significativamente suas possibilidades de realizar grandes obras.
 Optou, então, por fazer uma gestão espartana, poupando recursos e cortando gastos supérfluos. Grande amigo do governador Mario Covas, era acusado de não aproveitar essa amizade para beneficiar Fernandópolis. Com seu humor inteligente, Farinazzo retrucava: “É mais fácil para o governador dizer ‘não’ a um amigo do que a um adversário”.
 Os problemas de saúde abreviaram a carreira do líder tucano. Farinazzo, nos últimos anos, passou a morar em São Paulo, onde fazia tratamento no hospital AC Camargo. Ele, que já sofrera uma cirurgia para retirada de parte do intestino, desenvolveu diabetes e apresentou problemas renais, que o obrigaram a passar regularmente por hemodiálise.
 No dia 13, ao anoitecer, Armando José Farinazzo faleceu. Longe de Fernandópolis, como ele não queria que acontecesse. Em entrevista a CIDADÃO, feita no tempo em que Armando e Vanda iniciaram seu duro périplo na capital paulista, ele afirmou: “Eu me sinto no exílio. Sonho todas as noites com Fernandópolis”.     REPERCUSSÃO
            Personalidades falam do ex-prefeito
Milton Leão, advogado: “Fernandópolis perdeu um homem de muito valor, um articulador cordato e educador emérito, muito querido e respeitado pelas autoridades e pelo povo. Tive na pessoa de Armando um verdadeiro irmão”.
Luiz Vilar, prefeito: “Armando foi um homem de bem, que atuou e mereceu respeito tanto na educação quanto na política. Sempre tivemos respeito mútuo. Quando fui prefeito pela primeira vez, Farinazzo me apresentou e me recomendou ao governador Mario Covas, que era seu amigo”.
Walter Faria, empresário: “A perda é grande. Foi um político e educador de destaque, que fez muito pela cidade. Era meu amigo. Apesar de hoje (domingo) ser Dia dos Pais, Fernandópolis está de luto. Que Deus dê consolo à família”.
Etore Baroni, vereador pelo PSDB: “Hoje é um dia muito triste para a família tucana. Perdemos nosso grande mentor, um exemplo a ser seguido. Ele nos deu muitas lições, e se todos os políticos fossem como ele, a classe teria maior credibilidade”.  
Henri Dias, presidente da OAB: “Armando também era advogado e um excelente conselheiro. Pertenceu aos quadros da 45ª Subseção da OAB. Lamentamos profundamente a morte prematura desse grande fernandopolense”.
Creusa Nossa, presidente da Câmara: “Hoje deveria ser um dia festivo, mas estamos de luto. Armando amava Fernandópolis, e vai-se embora um grande administrador. Foi uma liderança que nasceu no Poder Legislativo do município. Além disso, era ótimo pai e marido”.
Adélia Menezes, dirigente de ensino: “Foi nosso amigo e colega, quase fazia parte da família. É uma perda lastimável. Peço a Deus que tenha Armando Farinazzo sempre na Luz. Ele merece”. Alencar César Scandiuzi, empresário de comunicação: “De Farinazzo fui amigo, eleitor e crítico. Nossa amizade ensejou o convite que ele me fez para ocupar a Diretoria de Desenvolvimento – que, embora declinasse por indisponibilidade de tempo – honrou-me sobremaneira. A família, a cidade, os amigos, todos nós perdemos muito. Enlutada, a bandeira da ética está arriada.
   Lidia Mara Ribelatto Buissa, professora: “Foi um privilégio ter Armando vivendo entre nós. Tinha sonhos e ideais refletidos na sua conduta ética e sábia, dos verdadeiros gentlemen. A palavra de Armando sempre viverá. Sua caminhada de fé, agora, é na busca da esperança maior”.