PUNIÇÃO, EIS A QUESTÃO!

20 de Agosto de 2025

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PUNIÇÃO, EIS A QUESTÃO!
Assim começavam as transmissões do correspondente Jovem Pan Reali Jr. Isso, durante quase 38 anos. As transmissões findaram com o seu falecimento recente. Quem não se recorda?
 Pois é, eu também, de quando em quando, era contemplado com as informações relevantes trazidas por este estupendo repórter. Por isso, apesar de já ter se passado mais de um mês desde que Reali Jr. se foi, e por culpa deste nosso país, e não de Paris, sinto-me obrigado a começar por uma piada que ele contou na rádio, muito tempo atrás, e que não deixava de ser notícia porque estava na moda no continente europeu:
“Antigamente, muito antigamente, um político brasileiro, em visita a outro, inglês, ficou admirado com a enorme mansão onde ele morava, sendo apenas político. A explicação veio ao ser puxado para perto de uma das janelas:
— Está vendo aquela ponte suspensa? Pois é, 10% estão em meu bolso! — ensinou.
Deslumbrado com o aprendizado, tão logo retornou ao Brasil, tratou de pô-lo em prática. Passado um tempo, o inglês retribuiu a visita. Igualmente perplexo com o palacete onde agora morava o brasileiro também foi levado a uma das janelas:
— Está vendo aquele viaduto — apontou.
— But... but... não ter nenhum viaduto ali... — refutou o inglês.
— Pois é! 100% estão no meu bolso!! — finalizou o brasileiro com um largo sorriso.
 Daí, com essa onda de políticos (prefeitos, secretários, etc.) sendo presos ou indiciados pelas razões acima, a piada (?!) vem a calhar aqui. Né, não?
Se bem que está claro, na piada, que lá também tem seus índices desses indevidos. A diferença está nas possibilidades de punição, o que, aliás, me remeteu ao Japão, onde há também tudo isso, mas em grau muito menor. E não porque sejam melhores do que nós, mas porque, como já afirmei, naquela sociedade das aparências, além da punição ao próprio, as conseqüências se estendem à família e, muitas vezes, até aos parentes distantes. E lá, soube que os candidatos, quando se apresentam aos cidadãos, nas ruas, usam luvas brancas como símbolo de trabalho e honestidade, e que, para muitos eleitores, são brancas apenas por fora.
Ou seja, o diferencial está na efetiva capacidade de punição.