Oxi: a nova (e mais perigosa) “droga da moda”

20 de Agosto de 2025

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Oxi: a nova (e mais perigosa) “droga da moda”
Estão cada vez mais comuns, no estado de São Paulo, apreensões de oxi, a droga que é moda e que deixou especialistas e autoridades em estado de alerta.
É que esse entorpecente é mais barato, vicia mais facilmente e é ainda mais danoso do que o crack. O oxi mostra seus efeitos logo na primeira semana de consumo, provocando vômitos e diarréia freqüentes. Alguns viciados podem perder até 10 kg em menos de um mês. O usuário apresenta problemas no aparelho digestivo, complicações renais, além de dores na cabeça e náuseas, que se tornam constantes. As gengivas são perfuradas e os dentes são danificados, ficando porosos e até caindo. As substâncias do oxi atingem principalmente o fígado, a faringe e os pulmões.
“Assim como o crack, o oxi é feito a partir da pasta base da cocaína e passa por um processo no qual outros produtos são acrescentados para se obter a pedra”, explicou Wilson Cardoso Jr., Capitão da Polícia Militar de Fernandópolis.
O crack vem da mistura com amoníaco e bicarbonato de sódio, enquanto o oxi é feito com cal virgem, combustíveis (querosene, gasolina ou diesel) e outros oxidantes (daí a origem do seu nome). Esses produtos são mais baratos e reduzem bastante o preço da droga, tornando-a uma alternativa para o usuário de crack.
Embora a droga só tenha sido apreendida pela polícia do estado de São Paulo recentemente, relatos apontam que o oxi já é bastante popular no norte do país, principalmente no Acre e no Amazonas. Chegou a São Paulo nos últimos sete meses e tem sido amplamente usado entre viciados em crack.
Um fator que contribui para rápida adesão do usuário é a concentração de cocaína, mais alta no oxi, chegando a 80%, embora a pureza seja menor em consequência do excesso de ingredientes – para se ter uma idéia, o crack apresenta uma concentração de 40% de cocaína. Essa diferença também torna o efeito do oxi mais rápido e potente, aumentando a sedução para o uso.
Segundo o Capitão Wilson, a droga inalada chega ao cérebro entre sete e nove segundos, e acelera o metabolismo do usuário, causando sensações de euforia, depressão, medo e paranoia. “Diferente da cocaína, os efeitos duram pouco tempo, no máximo 10 minutos. Essas circunstâncias obrigam o drogado a inalar o óxi repetidamente para manter o “barato”, o que aumenta as agressões ao organismo”, explicou. Ele faz um alerta: “Caso algum familiar ou conhecido seja usuário da substância, deve-se buscar ajuda especializada. Só com o desejo intrínseco do usuário de se libertar do vício e com a intervenção de profissionais de saúde é que será possível reverter esse quadro de dependência.
Quanto ao combate ao tráfico, denuncie as situações que tiver conhecimento. Isso é fundamental para que as autoridades em segurança possam enfrentar o problema de forma eficiente”, finalizou o policial.
ORIGEM
Em 2005, o Ministério da Saúde alertou para o aumento de usuários de oxi no estado do Acre. A droga chegou pelas fronteiras da Bolívia e do Peru, onde há relatos de seu uso desde a década de 1980.
APREENSÃO
toneladas foram apreendidas no Acre desde 2009
MAIS BARATO
Enquanto o crack custa até R$ 10 por pedra, o oxi pode ser encontrado por R$ 2 ou R$ 5.