Apresentar a família Cáfaro aos fernandopolenses é desnecessário. Há cerca de dez anos, os irmãos Zeca e Humberto Filho planejaram transformar a área próxima à sede da fazenda da família num loteamento fechado com muros e cerca elétrica. Naquele momento, eles pensavam principalmente no fator segurança. Esta semana, Zeca (José Afonso Cáfaro), que é zootecnista e pós-graduado em gestão empresarial, e o sócio-proprietário da Ênfase Construtora e Incorporadora Ltda, João Carlos Martins, concederam entrevista a CIDADÃO, para falar do projeto diferenciado que ocupa 94 mil m2 na zona sul da cidade.
CIDADÃO: Como começou esse empreendimento, o Residencial Brasitália?
ZECA: A ideia surgiu em 2001, pela necessidade de segurança da família e como lá havia árvores plantadas, nos tivemos que ir atrás do DEPRM para saber se elas poderiam ser retiradas do local. Assim que recebemos o sinal positivo, começamos o processo de desafetação da área averbada. De 2002 até novembro de 2005, o DEPRM liberou para desmatar. Neste período o engenheiro Fernando Cicarelli percebeu que Fernandópolis precisava de um empreendimento desses e procurou a família, pois tinha interesse na área. Uma empresa da cidade de Limeira conheceu o local e também se interessou, fechamos contrato, mas a empresa não acreditava que nos iríamos conseguir retirar o mato do local; então, fizemos um contrato nos seguintes termos: caso não conseguíssemos retirar o mato, o contrato perderia o efeito, mas nós conseguimos. Começamos a dar andamento nos documentos na prefeitura. Logo depois a construtora Ênfase entrou em contato com o Fernando. No começo o projeto era bem pequeno e ficamos com medo de gerar prejuízo para a família e para os moradores de Fernandópolis.
CIDADÃO: Qual é a área do loteamento?
JOÃO CARLOS: 94 mil metros quadrados.
CIDADÃO: Fernandópolis recebeu bem, do ponto de vista comercial, essa proposta do loteamento fechado?
JOÃO CARLOS: Sim, recebeu. Na época nós fizemos uma pesquisa dentro da cidade para ver a viabilidade da parceria na construção e nas vendas dos lotes dentro do loteamento fechado. Na época a idéia foi muito bem aceita e nós fizemos até uma lista de chamada. Os primeiros 40 lotes nós vendemos um a um, algumas pessoas queriam comprar até oito lotes. A abertura de vendas não foi uma abertura ilimitada. A topografia do loteamento, a área dos lotes e a divisão são muito bons, a área muito bem selecionada, tudo foi muito bem pensado antes de elaborar o projeto. A empresa de Limera não tinha consciência dos costumes da região, então nós mostramos as diretrizes para que dividissem o loteamento dentro do tamanho aceitável para nossa região.
CIDADÃO: O contrato tem a clausula de indivisibilidade. Por que essa restrição foi estabelecida?
JOÃO CARLOS: Porque, embora se trate de um loteamento, ele é diferenciado de um loteamento comum, no qual as pessoas podem dividir esses lotes, porque nós também observamos que na divisão do lotes eles iriam ficar pequenos e isso poderia gerar alguns problemas nas construções. Outro problema seria a subdivisão dos lotes, os compradores poderiam comprar, dividir e vender para terceiros, então ficaria mais difícil do empreendimento gerenciar as unidades de terrenos e manter o padrão do imóvel, principalmente o padrão estético além, é claro, da questão da segurança.
CIDADÃO: Existe uma dúvida em relação às condições do contrato quanto ao prazo para começar a construção: afinal, existe mesmo um prazo?
JOÃO CARLOS: Esse prazo no contrato, se eu não me engano afinal, é um contrato muito extenso é de dois anos para o comprador iniciar a obra. Mas esse prazo é prorrogável, não é um prazo máximo de permanecer com o terreno, pode ser estendido por mais um período, não tem cláusula que obrigue o comprador a construir, nós colocamos dois anos só para estimular a construção.
CIDADÃO: Por que vocês sustentam que não é um condomínio e sim um loteamento? Qual é a explicação técnica para isso?
ZECA: O nosso é um loteamento com circulação restrita, e as principais diferenças de um condomínio são estas: o condomínio vende o imóvel pronto, o comprador aceita até opções de construções; já no loteamento, a pessoa compra o lote com restrições nas construções, mas o comprador vai desenvolver o projeto dele. Os pontos de distribuição de água e energia também são diferentes do condomínio, pois neste existe somente um ponto de água e energia que é distribuído a todos os moradores; já o loteamento tem uma distribuição normal igual a todos os bairros da cidade. Outra diferença é a porcentagem de área verde: a do condomínio é menor do que a do loteamento. Enfim, essas são as diferenças básicas. Às vezes as pessoas confundem por causa do muro que cerca o loteamento. Outra dúvida é a taxa de manutenção do loteamento, pois as pessoas olham o loteamento e percebem a beleza, as irrigações todas automatizadas, lagos artificiais com peixes ornamentais e esquema de segurança. Então, acham que para morar um lugar como esse tem que pagar uma taxa alta de manutenção. Estão enganados, com certeza. Um exemplo é a manutenção da energia: toda a manutenção e reparação de postes quem faz é a Elektro, as únicas despesas que são incluídas na taxa são jardinagem, segurança e funcionários, portanto a taxa é baixa. Antes de estipular a taxa nós fizemos um estudo e ficou definido o valor de 0,30 centavos por metro quadrado. Normalmente, a taxa condominial de um prédio da cidade é de R$ 600.
CIDADÃO: O que existe nas áreas de uso comum?
JOÃO CARLOS: Um dos principais itens são as calçadas que têm 3,5 metros de largura, o que pode servir de praça de caminhada. Outra área de uso comum é a área verde que tem aproximadamente 49 mil metros quadrados, entre jardins e bosque interno. O clima de Fernandópolis é muito quente e lá no loteamento existem muitas árvores, o que deixa o clima bem fresco, pois produzem muita sombra. Existem em torno de 11 proprietários que vão iniciar a construção ainda esse ano. Vários elogios foram feitos para nós a respeito da área verde. É emocionante falar do projeto que nós vimos só na planta e hoje está recebendo muitos elogios e sendo comparado com condomínios de grandes cidades. Do ano de 2005 até hoje fizemos várias viagens para aperfeiçoar o projeto, uma delas foi só para conhecer cercas e muros.
CIDADÃO: Em termos de percentual, quantos lotes já foram comercializados?
ZECA: 70% dos lotes, num total de 199 lotes.
CIDADÃO: Qual é o tamanho desse lotes?
ZECA: Em média 460 metros quadrados. No loteamento tem lote de até 800 metros quadrados.
CIDADÃO: Qual é a previsão de tempo para a comercialização total dos terrenos?
ZECA: Até o final deste ano, com certeza, teremos vendido 100% dos terrenos.