5,8% da população de Fernandópolis vivem abaixo da linha da pobreza

20 de Agosto de 2025

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5,8% da população de Fernandópolis vivem abaixo da linha da pobreza
O município de Fernandópolis tem cerca de 3,8 mil pessoas vivendo em condições consideradas abaixo da linha da pobreza, segundo os critérios adotados pelo Plano Brasil Sem Miséria, que será lançado nos próximos dias pela Presidência da República.
Esse número representa nada menos que 5,8% da população do município e é o maior entre os municípios do noroeste do Estado de São Paulo. As outras cidades da região onde o problema é preocupante são Rio Preto (4,6 mil pessoas, ou 1,2% da população), Olímpia (2,8 mil), Jales (1,9 mil) e Mirassol (1 mil).
Flávia Resende, secretária de Assistência Social e Cidadania de Fernandópolis, atribui os índices ao fenômeno sazonal da cultura da cana. “Essas pessoas vêm para o município para trabalhar na colheita da cana e durante a entressafra ficam sem trabalho, passando a depender do poder público”, argumentou.
Ivani Vaz de Lima, secretária de Assistência Social de Rio Preto, considera que o caso no município é menos grave em relação à média nacional – 16 milhões de brasileiros ou 8,5% da população estariam abaixo da linha da pobreza – “Mas não podemos relaxar, trabalhamos para chegar à erradicação da pobreza”, garantiu.
O problema é parcialmente resolvido pelos programas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, que repassa recursos que garantem pelo menos uma cesta básica. Entretanto, estudiosos contrários à política governamental consideram que esse tipo de assistencialismo torna o hipossuficiente indolente e acomodado.
“O governo paga para algumas pessoas pobres pararem de trabalhar. Creio não ser esse um bom incentivo para os indivíduos deixarem a pobreza”, afirma o pesquisador Adolfo Sachsida. O economista Fábio Veras Soares, representante do Ipea no Centro Internacional de Pobreza da ONU, discorda dessa opinião: “Não acredito no chamado ‘efeito-preguiça’, porque o benefício é baixo para ter impactos significativos sobre a oferta de empregos”, justifica.
Uma pessoa é considerada tecnicamente abaixo da linha da pobreza quando não tem moradia adequada, emprego, alimentação, lazer e infra-estrutura digna para viver.