Chuva cessa. Mas prefeitura não inicia obra na Afonso Cáfaro

20 de Agosto de 2025

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Chuva cessa. Mas prefeitura não inicia obra na Afonso Cáfaro
Os dias chuvosos dos primeiros meses deste ano causaram prejuízos e transtornos aos moradores da cidade, principalmente para os comerciantes da Avenida Afonso Cáfaro. Uma cratera foi aberta entre o Colégio Coopere e o Recanto do Tamburi, e o trecho foi interditado. Dois meses depois, as duas pistas continuam obstruídas e não há previsão para o início das obras, que permitirão que a água das chuvas, vinda dos bairros que ficam atrás do Parque São Vicente de Paulo, deságue por galerias subterrâneas na Avenida Afonso Cáfaro, sem prejudicar o Ribeirão Santa Rita e a população.
Enquanto as obras não começam, os comerciantes sentem no bolso a demora. É o caso do comerciante André Lemes Martins , da São Pedro Materiais para Construção: “com as duas pistas interditadas, meus clientes do lado de lá da avenida precisam dar a volta e contornar pela Avenida da Saudade. Escuto reclamações todos os dias. Fora isso, também sentimos dificuldade na entrega de mercadoria. Perdemos tempo e dinheiro”, conclui André.
Há duas semanas, alguns comerciantes estiveram na prefeitura cobrando agilidade no início das obras. No entanto, o prefeito não pode atendê-los. De acordo com a assessoria ele estaria em São Paulo, tentando recursos para concluir a obra.
Dias depois, um dos comerciantes teria recebido um telefonema de Vilar, justificando que a prefeitura não teria dinheiro e que seriam necessários mais que R$350 mil, como foi divulgado anteriormente pelo Departamento de Obras da Prefeitura, para a conclusão da obra.
Os comerciantes Eder Neyson Bento, da Cristal Vidros, e Pedro Gonzales, da Pedro Auto Center, também sofrem com a situação. Eder diz que o movimento na loja diminuiu muito: “a sorte é que meus clientes são fieis e a maioria telefona, mas aqueles que gostam de vir aqui para escolher molduras, por exemplo, sumiram”.
Para Pedro, o transtorno é a locomoção dele e seus funcionários, que saem cerca de vinte vezes ao dia para buscar os carros dos clientes: “ a volta que damos para chegar ao centro da cidade é grande. O que antes fazíamos em poucos minutos, demora muito agora. O que mais nos preocupa é que não enxergamos nenhuma movimentação de início das obras, e enquanto isso, o tempo vai passando”.
O prejuízo não é apenas para quem fica do lado de baixo da pista interditada. Comerciantes que possuem seus estabelecimentos entre a munheca e a estação ferroviária também contabilizam prejuízos. É o caso de Carlos Artur Contin, da Casa de Carnes Santista, que sentiu o movimento diminuir: “vendemos também para aquelas pessoas que caminham por aqui, que vão para o trabalho a pé. Esse movimento acabou. Fora as pessoas que vão de carro para o centro e precisam utilizar o desvio. Muitos não fazem o retorno e acabam comprando em outro lugar. Não é só no meu comércio que acontece isso. Todo mundo aqui está vivendo algo parecido. A gente sabe que ninguém tem culpa do que aconteceu, mas cabe ao município tomar providências” finaliza.
Alguns moradores também tiveram a rotina alterada depois que o trecho foi interditado. Um senhor, que não quis se identificar, abriu um caminho na calçada, fechada com cascalhos, para facilitar a passagem de alguns pedestres, principalmente idosos que utilizam a via para chegar ao centro da cidade: “minha esposa tem problemas sérios de saúde e não pode andar muito, fora isso, tem gente de toda idade que passa por aqui e corre o risco de se machucar”.
Avenida da Saudade
Um dos desvios sugeridos pelo Departamento de Trânsito é feito pela Avenida da Saudade, que não possui pista dupla. O aumento no número de carros e motos que trafegam por ali aumentou consideravelmente, colocando em risco o sossego dos moradores. Alguns acidentes já foram registrados no local.