Os médicos Edson José Betiol, Mauro Affonso de Albuquerque e João Ângelo Betiol Filho, diretores do Corpo Clínico da Santa Casa de Fernandópolis, recuaram da proposta de desencadear greve nos serviços do Pronto-Socorro, no próximo dia 24, depois que o Ministério Público propôs ação civil pública contra os profissionais.
Os médicos assinaram um documento em que desistem da paralisação. Mesmo com a manifestação dos médicos, a ação continua a tramitar no Fórum de Fernandópolis. Os médicos fazem parte do quadro clínico da Santa Casa de Fernandópolis e são os responsáveis pelo Pronto Socorro e atendimento de urgência e emergência à população.
A Promotoria argumentou que população ficaria sem atendimento, causando um caos em Fernandópolis e região. ...a suspensão das atividades de atendimento no Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis representará grave dano a população e local e regional, expondo a risco de vida cidadãos de Fernandópolis, Macedônia, Meridiano, Pedranópolis e de diversos outros lugares estando aqui de passagem. Isto porque, é o único órgão da Secretaria Municipal de Saúde e regional com atividade ininterrupta com todas as especialidades médicas necessárias para o atendimento das urgências e emergências.
A argumentação prosseguia: No entanto, se houver a greve, em verdade os pacientes correrão seríssimo risco de morte, ou quando menos, risco de grave piora do quadro de saúde, porque sujeitos a rápida avaliação, não se sabe por quem, com possibilidade de ser dispensados por não se enquadrar nas situações de emergência/urgência.
Quem procura o Pronto-Socorro, a desoras, é porque está em situação de emergência (dor e outros agravos) ou urgência (concreto risco de morte). Ninguém lá comparece se não necessitar de pronto atendimento.
A ação de greve, segundo o MP, viola o Código de Ética da Medicina e os princípios básicos de juramento na prestação de serviço a população.
CONVÊNIOS
A paralisação nacional dos médicos, prometida para o último dia 7, em protesto contra o valor pago pelos planos de saúde pelas consultas médicas, não
causou muitos transtornos à população de Fernandópolis. Os serviços da Santa Casa foram considerados normais.
O movimento só era perceptível nos consultórios. Alguns deles permaneceram fechados. Outros ostentavam cartazes onde se lia que naquela data ao seriam atendidas consultas de convênios, em razão da adesão ao dia de protesto.