Nos últimos anos pesquisadores da Fundação Educacional de Fernandópolis conduziram pesquisas científicas na área da Paleontologia que ganharam destaque, não somente nos meios acadêmicos, mas também na impressa escrita e falada do país.
Estes trabalhos resultaram em algumas conquistas, tais como: a autorização para trabalhar com fósseis, expedida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) à Fundação Educacional de Fernandópolis, que assim pode montar o maior acervo de fósseis da região em suas dependências - 155 exemplares, angariados de escavações e doações, provenientes de várias regiões do Brasil e com idades estimadas entre 20 e 400 milhões de anos; também rendeu uma tese de doutorado, defendida pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo Maia de Oliveira na UNESP de Rio Claro, e a aprovação de um projeto científico pelo CNPq (órgão de fomento a pesquisa) no valor de R$39.000,00 para o prosseguimento das pesquisas.
O laboratório de Paleontologia da FEF, onde se encontra o seu acervo de fósseis, conta com vários exemplares como costelas, dentes e pedaços de fêmur de dinossauros, ossos, ovos, crânio e ninhos de crocodilos pré-históricos, cascos de tartarugas pré-históricas, dentes de tubarão de 20 milhões de anos, répteis primitivos como o mosassauro, dentes de plesiossauro, além de peixes pré-históricos, madeiras fossilizadas e muitos outros.
Em 2004 as pesquisas foram iniciadas e o primeiro fóssil encontrado foi em Fernandópolis, numa região de afloramentos rochosos tratava-se de uma bacia de um crocodilo pré-histórico. A partir daí, o professor de Biologia da FEF, Carlos Eduardo Maia Oliveira, deu continuidade ao trabalho de Paleontologia em nossa região, encontrando fósseis nas cidades de Jales, General Salgado, Auriflama e Turmalina, além de obter doações do DNPM de Brasília - DF e São Paulo SP.
Destaca-se hoje a mais recente descoberta dos pesquisadores da FEF, ovos de crocodilos pré-históricos denominados Baurusuchus (lê-se baurusucus), que viveram há 85 milhões de anos na região, o que rendeu a publicação em uma revista internacional, a Palaeontology, periódico científico ligado à Associação Paleontológica Britânica e de grande prestígio internacional e que é distribuída em centenas de países em todos os continentes do mundo. A publicação em uma revista de prestígio internacional torna a nossa região conhecida no meio científico, tanto que os pesquisadores da FEF já estão recebendo pedidos de universidades europeias para enviar cópias do último artigo publicado. O artigo em questão tem como autor o Prof. Dr. Carlos Eduardo Maia de Oliveira (professor de Paleontologia da FEF) e os seguintes co-autores: Prof. Dr. Rodrigo Miloni Santucci (professor da Universidade de Brasília), o Prof. Dr. Marco Andrade Brandalise (paleontólogo ligado a Universidade de Bristol Inglaterra), o Prof. Dr. Vicente José Fulfaro (in memorian professor da UNESP de Rio Claro), Prof. Ms. José Alberto Felipe Basílio (professor da FEF) e Prof. Dr. Michael J. Benton (professor da Universidade de Bristol Inglaterra e consultor científico da rede britânica de televisão BBC).
É bom que a população saiba que em nossa região existem fósseis de milhões de anos exibindo excelente preservação, ressalta o Prof. Carlos Eduardo, que ainda complementou dizendo que espera com estes trabalhos, despertar a consciência de preservação e valorização do patrimônio fossilífero regional junto a população em geral e pesquisadores, pois os fósseis são importantes ferramentas utilizadas na compreensão do misterioso processo de evolução da vida, relatou o professor.
O pesquisador da FEF ainda advertiu que leis federais proíbem a comercialização de fósseis no país, bem como a retenção dos mesmos em casa como objetos de decoração ou coleção. Os fósseis podem ser unicamente objetos de pesquisa em instituições de ensino autorizadas e expostos em museus especializados, segundo o Prof. Carlos Eduardo.
O laboratório de Paleontologia da FEF é um exemplo de acervo fossilífero autorizado pelo poder público para pesquisa e depósito de fósseis e está aberto à visitação mediante contato e hora marcados com o professor Carlos Eduardo.